Ambos os lados prometeram uma cooperação para aproximar os Estados Unidos e a China do regresso a conversações regulares no âmbito do que é conhecido como Acordo Consultivo Marítimo Militar, que até 2020 foi usado para melhorar a segurança aérea e marítima.
No final do encontro, Biden considerou que a reunião com Xi levou a "progressos importantes", de acordo com uma mensagem do Presidente norte-americano, divulgada na rede social X (antigo Twitter).
"Acabei de concluir um dia de reuniões com o Presidente Xi e acredito que foram algumas das discussões mais construtivas e produtivas que tivemos", disse.
"Baseámo-nos no trabalho de base estabelecido ao longo dos últimos meses de diplomacia entre os nossos países e fizemos progressos importantes", concluiu.
Xi Jinping afirmou, depois da reunião, que os dois líderes concordaram em retomar os diálogos militares de alto nível com base na equidade e no respeito, de acordo com um comunicado divulgado pela emissora estatal chinesa.
Os responsáveis militares norte-americanos têm vindo a manifestar repetidas preocupações sobre a falta de comunicações com a China, especialmente porque o número de incidentes entre os navios e aeronaves dos dois países aumentou.
Um funcionário dos EUA, que pediu para não ser identificado, disse, após o fim da reunião entre Biden e Xi, que os acordos de comunicação militar significam que o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, poderá reunir-se com o homólogo chinês, assim que este for nomeado.
Isto também abre a porta para acordos a outros níveis, incluindo permitir que o comandante das forças dos EUA no Pacífico, com base no Havai, se envolva em conversações com comandantes homólogos, disse o funcionário. O acordo provavelmente significará ainda compromissos operacionais entre os condutores de navios e outros a níveis muito mais baixos em cada país.
De acordo com o relatório mais recente do Pentágono sobre o poder militar da China, Pequim "negou, cancelou ou ignorou" comunicações entre militares e reuniões com o Pentágono durante grande parte do ano passado e deste ano. O relatório alertou que a falta de tais conversações "aumenta o risco de um incidente operacional ou um erro de cálculo evoluir para uma crise ou conflito".
Os EUA consideram as relações militares com a China essenciais para evitar erros e manter em paz a região do Indo-Pacífico.
Os dois líderes reuniram-se na quarta-feira numa bucólica propriedade rural nos arredores de São Francisco, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia - Pacífico (APEC).
A reunião é a primeira no espaço de um ano entre os dois líderes, depois de um encontro de cerca de três horas, em novembro de 2022, em Bali, na Indonésia, à margem da cimeira do G20.
A última vez que Xi se deslocou aos Estados Unidos foi em 2017, altura em que se reuniu com o então Presidente Donald Trump (2017-2021), na mansão do empresário em Mar-a-Lago, na Florida.
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