Na palestra "Estratégias para combater as alterações climáticas na Europa", com o editor-chefe da Carbon Brief, Leo Hickman, o CEO dinamarquês, disse que a UE é, há vários anos, uma mais-valia no que respeita às negociações climáticas.
"A UE tem de longe o conjunto de políticas [climáticas] mais abrangente que podemos encontrar em qualquer região do mundo", acrescentou.
Durante a palestra, Nielsen reforçou que a União Europeia tem conseguido até ultrapassar algumas metas de redução de emissões.
A World Climate Foundation é a maior e mais influente plataforma global, centrada na ação e no impacto da resiliência climática, na biodiversidade e na saúde.
A plataforma trabalha com grandes empresas como a Novo Nordisk, a Siemens e a Volkswagen e ainda com governos e instituições financeiras.
No contexto da UE, um dos principais sucessos da plataforma foi em 2021, quando conseguiu captar fundos nórdicos que se comprometeram a investir 130 mil milhões de dólares no clima e energia limpa até 2030.
Em Lisboa, Nielsen defendeu que a Europa é muito rica em termos energéticos, com vários países a destacarem-se pelas diferentes formas de produção de energia.
"Na Dinamarca temos a energia eólica, na Suécia a hídrica, na Finlândia a nuclear, na Noruega o petróleo e na Islândia a energia térmica", disse o dinamarquês.
Para Nielsen, o risco com que a UE se depara está na política interna, com várias eleições nacionais a aproximarem-se e com muitos movimentos a colocar em causa a importância que o clima e a economia verde têm.
"Temos a divisão entre esquerda e direita em muitos países, onde o perigo de não se dar a devida importância às energias verdes origina vários efeitos negativos", afirmou.
O CEO apelou aos países da UE para se manterem unidos e que todos se envolvam nas soluções.
"Precisamos de nos manter unidos como um só por estarmos a competir com a China e com os EUA. A Europa precisa de criar empresas ou colaborações de empresas para descobrir como unir as energias renováveis", disse Nielsen.
Questionado sobre o aumento das emissões, O CEO da World Climate Foundation fez referência à Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP28), que terá início a 30 de novembro.
"Se analisarmos o que está a causar o aumento das emissões, 73% provêm dos combustíveis fósseis, como o petróleo, o carvão e o gás. Penso que a COP28 irá apresentar uma solução para a diminuição das emissões, algo que penso que a UE irá apoiar", disse.
A Web Summit, que se realizou pela primeira vez na capital portuguesa em 2016, conta este ano, de acordo com a organização, com 900 investidores, 2.000 media confirmados, 300 parceiros, 800 oradores, num total de 70.000 participantes, em que 42% são mulheres.
O evento teve início no dia 14 e irá terminar dia 16. Ao todo, estão representados 160 países.
Após as duas primeiras edições na capital portuguesa, a Web Summit e o Governo anunciaram, em 2018, uma parceria de 10 anos, o que mantém a cimeira em Lisboa até 2028.
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