A Coreia do Sul pode vir a proibir o consumo de carne de cão. Um chefe político do Partido do Poder Popular, no poder, revelou, esta sexta-feira, que será apresentado um projeto de lei para avançar com a proibição e pôr fim à controvérsia em torno deste costume.
"É hora de pôr fim aos conflitos sociais e às controvérsias em torno do consumo de carne de cão através da promulgação de uma lei especial para acabar com isso", disse Yu Eui-dong, chefe político do Partido do Poder Popular, numa reunião com autoridades do governo e ativistas dos direitos dos animais, segundo cita a Reuters.
Assim, o responsável revelou que, ainda este ano, o governo e o Partido do Poder Popular irão apresentar um projeto de lei para impor a proibição. Acredita-se que o diploma será aprovado no parlamento.
Na mesma reunião, o ministro da Agricultura, Chung Hwang-keun, disse que o governo iria fornecer o máximo apoio possível para aqueles que trabalham na indústria de carne de cão fecharem os seus negócios.
Desta forma, a proposta incluirá um período de carência de três anos e apoio financeiro para as empresas saírem da indústria.
De realçar que a prática coreana de consumir cão atrai críticas do exterior, mas também tem vindo a registar uma oposição crescente no país. Este consumo tornou-se tabu entre as gerações mais jovens e a pressão dos ativistas animais tem aumentado ao longo dos anos.
Além disso, a indústria de animais de estimação está a crescer na Coreia do Sul e há cada vez mais famílias a viverem com um cão em casa, nomeadamente líderes políticos. A primeira-dama sul-coreana tem criticado o costume de comer carne daqueles animais e, juntamente com o marido, o presidente Yoon Suk Yeol, adotou cães vadios.
De notar que, no passado, este tipo de diploma acabou por fracassar devido a protestos da indústria. Atualmente, existem, segundo dados do Governo, cerca de 1.150 espaços de criação de cães, 34 matadouros, 219 empresas de distribuição e cerca de 1.600 restaurantes que servem carne de cão.
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