Segundo a agência AP, os cerca de 3.400 habitantes de Grindavik, situada na Península de Reykjanes, a cerca de 50 quilómetros da capital, Reiquiavique, têm autorização para regressar às suas casas apenas durante cinco minutos, o tempo de retirar animais de estimação e pertences pessoais ou de valor.
Ainda não se sabe se o vulcão irá ou não entrar em erupção, mas, mesmo que isso não aconteça, as autoridades já avisaram que levará meses até ser seguro regressar à cidade, que teve de ser evacuada no dia 11, depois de registar centenas de sismos provocados pela acumulação de magma debaixo da cratera terrestre, um indicador de erupção vulcânica.
Várias habitações e infraestruturas da cidade foram fortemente danificadas.
Segundo o boletim de hoje do serviço de meteorologia islandês, a atividade sísmica permanece "elevada e constante" e há uma "probabilidade significativa" de uma erupção algures no túnel de magma acumulado, com 15 quilómetros, possivelmente na zona norte de Grindavik, perto da montanha de Hagafell.
A primeira-ministra islandesa frisou hoje que "nenhum país está tão bem preparado para responder a catástrofes naturais quanto a Islândia".
"Temos uma longa experiência de erupções vulcânicas", frisou Katrín Jakobsdóttir, em conferência de imprensa.
"A nossa principal prioridade é continuar a acolher as pessoas [que tiveram de abandonar Grindavík], garantir que elas recebem um salário adequado e encontrar-lhe alojamento apropriado para as semanas ou meses que têm pela frente", antecipou.
"É evidente que este período de incerteza vai durar algum tempo", sublinhou a governante, que já apresentou um projeto de lei ao parlamento para garantir os salários dos habitantes de Grindavík para os próximos três meses.
O sistema vulcânico da Península de Reykjanes entrou em erupção três vezes desde 2021, depois de ter estado adormecido durante 800 anos, mas as anteriores situações ocorreram em vales remotos e sem causar danos.
A Islândia fica sobre um local de elevado perigo vulcânico, no Atlântico Norte, e vive uma erupção, em média, cada quatro a cinco anos.
A mais significativa aconteceu em 2010, quando o vulcão Eyjafjallajokull causou enormes nuvens de cinza que durante dias afetaram o ar e os voos em toda a Europa.
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