A maioria dos ativistas foi condenada a penas que variam entre dois anos e meio e sete anos de prisão, depois de terem sido considerados culpados de atos de violência durante manifestações.
De acordo com o procurador Monir uz Zaman, 75 ativistas do BNP foram condenados por um tribunal de Daca a dois anos e meio de prisão por violência e fogo posto durante os protestos de 2013.
Segundo Zaman, das 75 pessoas condenadas, 72 estão em fuga.
Atauar Rahman, procurador do tribunal metropolitano de Dhaka, disse à AFP que 112 militantes do BNP foram condenados em dois casos separados de violência em 2013 e 2018.
O procurador Taposh Kumar Paul informou que outro tribunal de Daca condenou 12 ativistas do BNP a sete anos de prisão por atos de violência que remontam a 2015.
O advogado de defesa, Nazrul Islam, disse que outros onze membros do BNP foram condenados a sete anos de prisão na quarta-feira, incluindo vários à revelia, por violência durante protestos em 2013.
O julgamento foi realizado "à pressa", afirmou Islam.
Segundo o BNP, estas condenações têm motivações políticas e destinam-se a reduzir à impotência o único partido da oposição capaz de oferecer uma alternativa realista ao poder exercido há quinze anos pela primeira-ministra Sheikh Hasina, que pretende um quarto mandato após as eleições gerais previstas para 07 de janeiro.
O responsável pelos assuntos jurídicos do BNP, Kayser Kamal, declarou que pelo menos 400 dirigentes e ativistas do seu partido foram condenados nos últimos dias, incluindo antigos deputados, dirigentes de organizações estudantis e pessoas que pretendiam candidatar-se às eleições.
"Estes processos são fabricados, infundados e politicamente motivados", declarou Kamal à AFP, sublinhando que os julgamentos começaram subitamente algumas semanas antes das eleições nacionais.
O BNP organizou manifestações maciças para forçar Hasina a abandonar o poder e entregar a tarefa de organizar as eleições a um governo provisório independente.
Desde o final de outubro, a polícia tem vindo a reprimir a oposição, prendendo quase todos os principais dirigentes do BNP, bem como milhares dos seus ativistas e apoiantes.
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