A agenda da ministra dos Negócios Estrangeiros de França em Pequim inclui uma reunião com o homólogo chinês, Wang Yi, no complexo diplomático de Diaoyutai.
Ambos vão abordar importantes desafios globais, como as alterações climáticas, a crise na Ucrânia e, especialmente, a situação em Gaza, informou hoje o Global Times, jornal oficial do Partido Comunista Chinês.
Colonna também vai participar na sexta reunião do mecanismo de diálogo de alto nível China-França sobre intercâmbios interpessoais, da qual é co-organizadora.
Durante a sua estadia em Pequim devem ser assinados acordos em áreas-chave como a educação, ciência e tecnologia, cultura, saúde, desporto, turismo e juventude.
Segundo órgãos de comunicação de ambos os países, estes acordos visam aliviar as tensões comerciais, especialmente após a investigação lançada pela União Europeia (UE) aos subsídios atribuídos pelo Estado chinês aos fabricantes de veículos elétricos, o que representa um ponto de tensão nas relações bilaterais.
A visita de Colonna insere-se numa série de diálogos de alto nível entre China e França, que incluiu conversações sobre questões económicas, financeiras e estratégicas e uma visita de Estado a Pequim, em abril, do Presidente francês, Emmanuel Macron.
Macron falou por telefone esta semana com o seu homólogo chinês, Xi Jinping. O líder chinês manifestou a sua esperança de que a França "desempenhe um papel construtivo na promoção do desenvolvimento positivo das relações entre a China e a União Europeia".
Este aspeto é importante numa altura em que as relações entre os Estados Unidos e a China estão a "melhorar", o que "enfraquece" a influência negativa norte-americana na política da UE em relação à China, afirmaram especialistas citados pelo Global Times.
"O diálogo entre as duas partes vai desempenhar, sem dúvida, um papel positivo na promoção da compreensão mútua e na resolução das diferenças, a melhorar a atmosfera geral", afirmou Cui Hongjian, professor da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim.
No contexto da próxima cimeira UE-China, que se realiza em dezembro, ambas as partes "mostraram vontade" de consolidar as relações e de resolver as divergências, para "evitar que se deteriorem acentuadamente", segundo os analistas chineses.
Embora subsistam desafios fundamentais, como a perceção que a UE tem da China como "parceiro sistémico, concorrente e rival", espera-se que a cimeira constitua um espaço para debater questões de princípio e questões globais, explicaram.
Gao Jian, especialista em estudos europeus da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, sublinhou que "as relações bilaterais entre China e França têm uma longa história e tradição, e existem muitas condições para a construção de boas relações entre os dois países".
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