UE defende que trégua com Hamas seja prolongada para fins humanitários

O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, saudou a trégua de quatro dias celebrada entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, que começou hoje, mas pediu que seja prolongada para fins humanitários.

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© FREDERICK FLORIN/AFP via Getty Images

Lusa
24/11/2023 19:20 ‧ 24/11/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Borrell exigiu ainda que o cessar-fogo seja "totalmente implementado, como um primeiro passo para acabar com a terrível situação humanitária em Gaza", de acordo com um comunicado, citado pela agência Efe.

O alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança frisou também que o Hamas deve libertar incondicionalmente todos os reféns que capturou em 07 de outubro, porque "ninguém deve negociar com vidas civis".

Na mesma linha, acrescentou que a ajuda humanitária que pode entrar em Gaza durante a trégua deve chegar aos civis neste enclave "sem condições".

O cessar-fogo, que faz parte de um acordo para a libertação de 50 reféns israelitas em troca de 150 prisioneiros palestinianos, durará quatro dias e poderá ser estendido para dez se o Hamas entregar mais pessoas sequestradas e servirá também para a entrada de ajuda humanitária para o enclave.

Borrell realçou que a UE deplora o grande número de mortes de civis, particularmente de mulheres e crianças, e reiterou que o direito de Israel de se defender deve basear-se na legislação internacional.

"Um horror não pode justificar outro horror. A espiral atual deve ser invertida, para o bem de ambos os povos", defendeu o diplomata espanhol.

Josep Borrell também disse que "a violência dos colonos contra os palestinianos na Cisjordânia é inaceitável", tal como os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 já expressaram.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, 5.000 feridos e cerca de 240 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 49.º dia e ameaça alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza cerca de 15.000 mortos, na maioria civis, e mais de 33.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço das autoridades locais, e 1,7 milhões de deslocados, segundo a ONU.

Na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, 200 palestinianos foram mortos pelas forças israelitas ou em ataques perpetrados por colonos.

Leia Também: Associação luso-israelita apela a libertação de todos os reféns

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