Biden horrorizado com ataque a três estudantes palestinianos
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse hoje estar horrorizado com o ataque a tiro ocorrido na noite de sábado no estado de Vermont (nordeste) contra três estudantes de origem palestiniana.
© JIM WATSON/AFP via Getty Images
Mundo EUA
A porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que o líder norte-americano está a acompanhar de perto a investigação em curso e lamentou que o ataque tenha ocorrido justamente quando muitas famílias celebravam o fim de semana prolongado do Dia de Ação de Graças.
"Os estudantes deveriam voltar para a universidade com os seus colegas e não para um quarto de hospital", afirmou a porta-voz.
A polícia de Burlington, onde ocorreu o crime, já prendeu um suspeito do ataque que identificou como Jason J. Eaton.
O suspeito de 48 anos foi preso no domingo, um dia após o tiroteio ocorrido perto do 'campus' da Universidade de Vermont.
Eaton compareceu hoje no tribunal por videoconferência, a partir do estabelecimento prisional onde está detido, apenas para confirmar a sua identidade, mas o seu advogado declarou a sua inocência, o que não impediu que o juiz tenha ordenado que ficasse detido sem fiança enquanto aguarda uma audiência a realizar nos próximos dias.
Segundo a polícia, dois dos jovens, que levavam o tradicional lenço palestiniano quando foram atacados, ficaram feridos no tronco e um nas extremidades inferiores.
Duas das vítimas estão estáveis ??e uma ficou gravemente ferida.
A polícia não identificou as vítimas, mas disse que todas tinham cerca de 20 anos e que visitavam a família de uma delas por ocasião do Dia de Ação de Graças.
Todos os três são descendentes de palestinianos e dois são cidadãos norte-americanos, enquanto o terceiro tem estatuto de residente no país.
De acordo com um depoimento policial, agentes federais encontraram uma espingarda no apartamento de Jason J. Eaton, que se recusou a identificar-se às autoridades, mas disse aos polícias que estava à espera dos estudantes.
O Procurador-Geral norte-americano, Merrick Garland, disse hoje que o Departamento de Justiça está a investigar se o ataque foi um crime de ódio.
Os Estados Unidos têm registado um aumento acentuado nas ameaças dirigidas contra as comunidades judaicas, muçulmanas e árabes desde o início da guerra, em 07 de outubro, entre Israel o movimento islamita palestiniano Hamas.
"Há um medo compreensível nas comunidades de todo o país", afirmou Garland.
O Institute for Middle East Understanding, numa declaração das famílias das vítimas publicada na rede social X (antigo Twitter), identificou os estudantes como Hisham Awartani, Kinnan Abdalhamid e Tahseen Ali Ahmad.
"Estamos extremamente preocupados com a segurança e o bem-estar dos nossos filhos", disse o comunicado, acrescentando: "Apelamos às autoridades para que conduzam uma investigação completa, incluindo tratar isto como um crime de ódio. Não ficaremos confortáveis até que o atirador seja levado à justiça".
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