Angola discute situação "crítica" na República Centro-Africana
Vários governantes africanos reúnem-se segunda-feira em Adis Abeba, Etiópia, para definir um plano de atuação face à situação "crítica" na República Centro-Africana (RCA), informou hoje fonte da diplomacia angolana, que também estará representada neste encontro.
© Lusa
Mundo Adis Abeba
De acordo com fonte do Ministério das Relações Exteriores, na Conferência Internacional dos Facilitadores da Paz na RCA de Adis Abeba participa o ministro angolano Georges Chikoti.
"A conferência tem como objetivo a adotar o plano definitivo sobre as vias a seguir para a paz na RCA", indicou a mesma fonte à Lusa.
Angola preside desde janeiro à Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL) e a resolução do conflito na RCA é precisamente uma das prioridades.
Desde dezembro de 2013 que a RCA enfrenta sucessivos casos de violência protagonizados por milícias muçulmanas, partidárias dos rebeldes do Seleka, e cristão denominados anti-Balaka.
No terreno, cerca de 2.000 militares franceses e 5.800 da União Africana tentam conter uma espiral de violência inter-religiosa, missão que a partir de setembro deverá ser assumida por uma força de paz da ONU.
"A situação na RCA continua crítica, sendo urgente conduzir a reconciliação entre os centro-africanos e consolidar o seu próprio processo de transição", reconheceu hoje a diplomacia angolana.
A conferência de Adis Abeba resulta de uma recomendação dos líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC) saída da reunião de 26 de junho, em Malabo, Guiné Equatorial, à margem da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana.
Há um mês, em Luanda, o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, apelou ao reforço da ajuda humanitária às populações afetadas pelo conflito e ao envio de forças de manutenção da paz da ONU para o terreno.
A posição foi transmitida durante a mini-cimeira que juntou, a 06 de junho, além de José Eduardo dos Santos, os presidentes da República do Congo, Denis Sassou Nguesso, e do Chade, Idriss Deby, - envolvidos na mediação do conflito - para discutir a situação na RCA.
"Lançamos um apelo à comunidade internacional, e à Organização das Nações Unidas em particular, para que reforce a sua ajuda humanitária às populações afetadas. E para que envie o mais depressa possível as forças de manutenção da paz previstas na pertinente resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas", afirmou na ocasião o presidente angolano.
O relatório desta mini-cimeira tripartida foi igualmente analisado pelos líderes da CEEAC na reunião da Guiné Equatorial.
José Eduardo dos Santos defende que deve ser dada uma "atenção especial à evolução da situação" na RCA, atualmente liderada por um Governo de transição, processo que "deverá terminar com a realização de eleições livres e democráticas, com o restabelecimento estabelecimento da ordem constitucional e com a consolidação da paz e da reconciliação nacional".
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