O caso decorre de uma investigação lançada pelo ministério Público sobre um homem de apelido Chen, suspeito de ter sido recrutado pela China em 2021 e de ter realizado atividades de espionagem para Pequim, de acordo com um comunicado do ministério, divulgado pela agência noticiosa local CNA.
De acordo com a acusação, Chen, um antigo major do exército de apelido Hsiao e um homem de negócios de apelido Hsieh criaram organizações de espionagem para a China que recrutavam pessoal militar, visando aceder a segredos militares e de Estado de Taiwan.
Um tenente-coronel, também de apelido Hsieh, e três soldados do exército, de apelido Ho, Kang e Hung, foram acusados de obterem documentos oficiais que guardaram ou obtiveram dos seus colegas, tirando partido da sua posição, segundo a acusação.
Uma outra pessoa, de apelido Liu, foi acusada de roubar segredos militares para além do seu nível de autorização e dois soldados no ativo foram acusados de violar grosseiramente os seus juramentos de lealdade e de manifestar fidelidade ao Partido Comunista da China.
A declaração do ministério Público não fornece pormenores sobre a extensão ou o tipo de "informações militares" que foram transmitidas.
Os procuradores e os investigadores identificaram Chen no final de julho e efetuaram buscas em vários locais, concluindo que Hsieh transmitiu segredos militares à China.
No mês passado, um tribunal de Kaohsiung (sul) condenou um antigo coronel da Força Aérea, Liu Sheng-shu, a 20 anos de prisão, por dirigir uma rede de espionagem chinesa.
As tensões entre Taipé e Pequim, constantes desde a chegada ao poder da atual presidente, Tsai Ing-wen, em 2016, intensificaram-se desde o verão passado devido à visita da então presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Nancy Pelosi, que foi fortemente criticada pelas autoridades chinesas.
Taiwan - para onde o exército nacionalista chinês se retirou depois de ter sido derrotado pelos comunistas na guerra civil - é governada de forma autónoma desde 1949, embora a China reivindique a soberania da ilha, que considera uma província rebelde para cuja "reunificação" não exclui o uso da força.
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