Milícias pró-iranianas retomam ataques no Iraque e na Síria

Milícias pró-iranianas retomaram hoje os seus ataques contra instalações com presença dos Estados Unidos no Iraque e na Síria pela primeira vez após o fim da trégua entre Israel e o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza.

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Lusa
03/12/2023 16:04 ‧ 03/12/2023 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

O grupo Resistência Islâmica no Iraque afirmou num comunicado publicado na rede Telegram que os seus combatentes atacaram "a base de ocupação dos Estados Unidos Hajar-Khirbet al Jir, no nordeste da Síria, com uma grande barragem de foguetes e atingiram os seus alvos diretamente".

Por seu lado, o Observatório Sírio para os Direitos Humanos indicou que os projéteis caíram perto da base situada no norte da província síria de Al-Hasaka e que dispõe de uma pista de aterragem para aviões de carga e helicópteros norte-americanos.

A ONG, sediada no Reino Unido mas com uma vasta rede de colaboradores na região, disse que até ao momento não recebeu informações sobre vítimas ou danos materiais contra a base, que já foi atacada anteriormente pela Resistência Islâmica no Iraque.

Da mesma forma, a organização observou que o grupo pró-iraniano realizou 47 ataques contra posições dos Estados na Síria desde 19 de outubro, quando declarou guerra a Washington pelo seu apoio incondicional a Israel na guerra contra o Hamas no Faixa de Gaza.

Este novo ataque em solo sírio foi precedido por outro contra uma base militar com presença norte-americana no aeroporto de Erbil, no norte do Iraque, onde a Resistência Islâmica disse ter lançado um 'drone' durante a última madrugada.

Até ao momento, os Estados Unidos não comentaram estes ataques, que foram retomados depois de há dois dias ter sido rompida a trégua entre o Hamas e Israel, à qual estas milícias e os Houthi do Iémen, todos apoiados pelo Irão, tinham aderido.

A Resistência Islâmica no Iraque assumiu a responsabilidade por cerca de 80 ataques contra alvos norte-americanos no Médio Oriente, o que motivou o envio de reforços por parte de Washington, que respondeu a estas ações tanto em solo iraquiano como na Síria e que deixaram cerca de uma dezena de mortos.

A guerra em curso no Médio Oriente começou em 07 de outubro, após um ataque do braço armado do movimento islamita palestiniano Hamas, que incluiu o lançamento de milhares de 'rockets' para Israel e a infiltração de cerca de 3.000 combatentes que mataram mais de 1.200 pessoas, na maioria civis, e sequestraram outras 240 em aldeias israelitas próximas da Faixa de Gaza.

Em retaliação, as Forças de Defesa de Israel dirigiram uma implacável ofensiva por ar, terra e mar àquele enclave palestiniano, fazendo mais de 15.000 mortos, deixando cerca de 6.000 pessoas sepultadas sob os escombros e 1,7 milhões de deslocados, que enfrentam uma grave crise humanitária, perante o colapso de hospitais e a ausência de abrigo, água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

As partes cessaram as hostilidades durante uma semana no âmbito de uma trégua mediada por Qatar, Egito e Estados Unidos, mas os confrontos regressaram na sexta-feira após falta de entendimento para prorrogar o acordo.

Leia Também: Muçulmanos dos EUA lançam campanha contra gestão da crise por Biden

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