"Estamos aqui porque acreditamos e respeitamos a ciência", afirmou Sultan Al Jaber, numa resposta a críticas desencadeadas por notícias publicadas na imprensa britânica no fim de semana.
O jornal britânico Guardian divulgou um vídeo de um debate considerado "tenso" com a ex-Presidente irlandesa e antiga Alta Comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Mary Robinson, em que Sultan considerou a saída dos combustíveis fósseis inevitável, mas advertiu que uma transição muito rápida para limitar o aquecimento global a 1,5ºC levaria o mundo à "idade das cavernas" e pediu pragmatismo sobre a matéria.
"Todo o trabalho da Presidência está centrado na ciência", declarou hoje Al Jaber numa conferência de imprensa, para a qual convidou Jim Skea, presidente do IPCC, o grupo de peritos em matéria de clima mandatado pela ONU.
Questionado pela agência EFE, o porta-voz da Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP28) afirmou no domingo que o Al Jaber estava a ser "inabalável ao afirmar que atingir 1,5 ºC" implicava atuar numa série de áreas e setores.
O vídeo foi também divulgado pelo portal do organismo Centre for Climate Reporting e foi retirado de um evento 'online' organizado pela iniciativa "She Changes Climate" no passado dia 21 de novembro.
Por outro lado, no domingo, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou no domingo que os compromissos assumidos na COP28 por cerca de 50 empresas de petróleo e gás "são claramente insuficientes".
Apesar de reconhecer que se trata de um "passo na direção certa", António Guterres disse que a "Carta de Descarbonização do Petróleo e do Gás", assinada no Dubai, não aborda a questão fundamental do consumo de combustíveis fósseis.
Cerca de 50 empresas, responsáveis por mais de 40% da produção petrolífera mundial, comprometeram-se, por exemplo, a realizar "operações neutras em termos de carbono" até 2050 e a reduzir as emissões de metano para quase zero.
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