Soler relatou, numa nota publicada nas redes sociais, que foi detida com o marido, o ex-preso político Ángel Moya, quando ambos saíam da sede das Damas de Branco, no bairro de Lawton, em Havana.
Este foi o 69.º domingo, desde 2022, em que as Damas de Branco denunciam atos de repressão contra elas, após saírem de casa para assistir à missa.
A dissidente indicou que foi levada à unidade policial do município de El Cotorro, em Havana, enquanto Moya foi levado à delegacia de Guanabacoa.
Moya, ex-prisioneiro do Grupo dos 75 dissidentes de 2003, destacou que desta vez foram impostas multas de 30 pesos cubanos (0,23 euros à taxa de câmbio atual) a ambos.
Soler também denunciou as detenções temporárias de uma dezena de membros da sua organização nas províncias de Matanzas (oeste) e Holguín (leste).
As Damas de Branco têm sido presas quase todos os domingos desde que em janeiro do ano passado decidiram voltar a marchar aos domingos -- após uma pausa devido à pandemia -- para exigir a libertação dos detidos nos protestos antigovernamentais de 11 de julho de 2021.
Os protestos antigovernamentais de 11 de julho de 202, os maiores das últimas décadas em Cuba, resultaram em milhares de pessoas presas e cerca de 700 condenadas, até agora, em alguns casos até 30 anos de prisão.
Este movimento de oposição feminina surgiu em 2003 por iniciativa de um grupo de mulheres familiares dos 75 dissidentes e jornalistas independentes que foram condenados a longas penas de prisão durante o período de repressão conhecido como "Primavera Negra".
Desde então, este grupo formado por mulheres, mães e familiares dos condenados identificou-se por usar sempre branco e realizar marchas após assistirem à missa ao domingo numa igreja católica, para pedir a libertação dos presos políticos.
Em 2005, as Damas de Branco receberam o Prémio Sakharov para a Liberdade de Consciência do Parlamento Europeu.
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