O relatório "Para além do Brexit: perspetivas sobre as futuras relações entre o Reino Unido e a UE", do centro de estudos British Future, apresentado hoje em Londres, analisou as opiniões sobre as futuras relações entre o Reino Unido e a UE junto de 2.000 pessoas.
Os autores descobriram que a maioria dos inquiridos é atualmente favorável a uma maior colaboração mais pragmática com Bruxelas em áreas de interesse mútuo, como segurança, comércio e ciência.
No entanto, dizem os autores, "há uma sensação de exaustão da população relativamente à questão do Brexit e a maioria das pessoas está desejosa de pôr para trás das costas as discórdias dos anos anteriores".
"O público gostaria agora de um debate muito menos aceso sobre a futura relação do que nos anos que antecederam e se seguiram ao referendo", concluem.
A maioria dos inquiridos (52%) esperava que o Reino Unido mantivesse uma relação mais estreita com a UE, 12% preferia uma relação mais distante, enquanto 27% está contente com a situação atual.
O apoio a uma relação mais estreita é mais forte entre os apoiantes do Partido Trabalhista (68%), na oposição, e os que votaram pela permanência na UE (81%).
O estudo também questionou os britânicos sobre o que pensam sobre a saída da UE, e 49% dos inquiridos responderam que o Reino Unido fez mal, 36% consideram que fez bem, valores semelhantes a sondagens recentes.
Embora a maioria daqueles que votaram pelo Brexit no referendo de 2016 continue a pensar que a saída da UE foi a decisão correta, 14% indicaram que foi errado.
A percentagem é inferior (7%) à dos eleitores que votaram pela permanência na UE, mas que mudaram de ideias e agora acreditam que o Brexit foi a decisão correta para o Reino Unido.
"Se as pessoas são anti-Brexit ou pró-UE, penso que é mais o primeiro caso, penso que as pessoas sentem que o Brexit não lhes deu resposta", afirmou o coautor do estudo Jake Puddle durante a Conferência de Cidadãos da UE "Common Ground".
Este analista da organização British Future disse acreditar que existe "espaço para novas narrativas sobre o que a UE pode oferecer ao Reino Unido e potencial para tentar desbloquear e mobilizar o apoio público a uma cooperação mais estreita".
Leia Também: Reino Unido deporta menos imigrantes mas recusa mais europeus