"França está a trabalhar para secar as fontes de financiamento" do Hamas, indicou o Ministério da Economia e das Finanças num comunicado.
Um decreto datado de 30 de novembro de 2023 e hoje entrado em vigor "proíbe qualquer pessoa singular ou coletiva" de fornecer "recursos económicos" a Yahya Sinwar, acrescentou o ministério.
"Os fundos e recursos económicos que pertencem, são propriedade, estão na posse ou são controlados por Yahya Sinwar (...) são sujeitos a uma medida de congelamento de bens", precisa o despacho do ministro da Economia francês, Bruno Le Maire.
"Embora Yahya Sinwar não possua bens em França, esta designação nacional é uma condição prévia necessária para a adoção de uma medida de congelamento antiterrorista ao nível europeu", acrescentou o ministério, recordando que o Hamas é um "grupo classificado como terrorista pela União Europeia (UE)".
Yahya Sinwar, de 61 anos, é considerado o autor moral do ataque de 07 de outubro, quando centenas de combatentes do Hamas atacaram vários 'kibutz', bases militares e uma festa 'rave' em Israel, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, segundo as autoridades israelitas.
De acordo com números do Hamas -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza -, confirmados pela ONU, os bombardeamentos diários e a ofensiva terrestre realizados por Israel como retaliação ao ataque fizeram até agora quase 16.000 mortos, sobretudo civis, e cerca de 1,9 milhões de deslocados, também segundo a ONU.
Em novembro, a secretária de Estado dos Assuntos Europeus francesa, Laurence Boone, apelou para a aplicação de sanções europeias a altos responsáveis do Hamas, principalmente financeiras, que poderiam assumir a forma de um congelamento de bens.
Num diploma semelhante datado de 13 de novembro, Paris tinha anunciado o congelamento durante seis meses dos bens de Mohammed Deif, que dirige o braço militar do Hamas e figura desde 2015 na lista norte-americana dos "terroristas internacionais" mais procurados.
Por seu lado, Londres também impôs sanções -- congelamento de bens, embargo a armas, proibição de viagens -- a seis pessoas singulares: quatro dirigentes do Hamas e dois indivíduos acusados de financiar a organização, entre os quais Mohammed Deif e Yahya Sinwar.
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