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Chefe do FBI defende no Senado renovação de programa de espionagem

O diretor do FBI apelou hoje ao Senado para renovar a autorização que permite recolher, sem mandado, comunicações de estrangeiros fora dos Estados Unidos, em vigor desde os atentados de 11 de setembro de 2001.

Chefe do FBI defende no Senado renovação de programa de espionagem
Notícias ao Minuto

20:28 - 05/12/23 por Lusa

Mundo FBI

Trata-se da Secção 702 da Lei de Vigilância de Informações Estrangeiras, que deverá expirar no final do ano, a menos que o Congresso norte-americano vote a reautorização.

Numa audição perante a Comissão Judiciária do Senado, Christopher Wray avisou de que haverá consequências devastadoras para a segurança pública nos Estados Unidos se o programa caducar.

"O 702 permite-nos estar um passo à frente dos atores estrangeiros localizados fora dos Estados Unidos que representam uma ameaça à segurança nacional", argumentou, citado pela agência norte-americana AP.

Tanto os legisladores republicanos como os democratas têm-se recusado a renovar o programa na forma atual, recomendando uma série de reformas através de propostas legislativas concorrentes que estão a disputar apoio.

O facto de Wray ter dedicado uma parte significativa da intervenção perante a comissão à questão do 702 sublinha a sua importância para o FBI, o Departamento Federal de Investigação, segundo a AP.

Em particular, segundo a agência, numa altura em que a guerra entre Israel e o Hamas aumentou a preocupação com a possibilidade de violência extremista nos Estados Unidos.

Wray, que assumiu o cargo de diretor do FBI () em 2017, disse que o que tornou o clima atual único é que "muitas das ameaças são todas elevadas ao mesmo tempo".

O programa 702 foi examinado no ano passado, após revelações de que analistas do FBI pesquisaram indevidamente o banco de dados de inteligência.

As pesquisas incluíram informações sobre pessoas ligadas ao motim de 06 de janeiro de 2021, no Capitólio dos Estados Unidos, e aos protestos por justiça racial de 2020.

Essas preocupações uniram defensores de longa data das liberdades civis, incluindo o senador democrata Ron Wyden, do Oregon, bem como apoiantes republicanos do ex-presidente Donald Trump.

Algumas das propostas legislativas para reformar o 702 exigiriam que o FBI obtivesse um mandado antes de procurar informações sobre norte-americanos e outras pessoas no banco de dados de inteligência.

Wray e os funcionários da administração do Presidente Joe Biden afirmaram que tal exigência seria legalmente desnecessária e atrasaria o FBI na tentativa de intercetar ameaças à segurança nacional que se desenvolvem rapidamente.

Se a exigência de um mandado for a opção escolhida, Wray questionou a capacidade do FBI de prevenir um ataque terrorista sem poder examinar informações importantes que já constam do acervo de inteligência.

O presidente da comissão, o democrata Dick Durbin, resumiu a questão dizendo ao chefe do FBI que, apesar de a Secção 702 ser um instrumento fundamental, são necessárias reformas significativas para proteger a privacidade de "norte-americanos inocentes".

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