Chefe do FBI defende no Senado renovação de programa de espionagem
O diretor do FBI apelou hoje ao Senado para renovar a autorização que permite recolher, sem mandado, comunicações de estrangeiros fora dos Estados Unidos, em vigor desde os atentados de 11 de setembro de 2001.
© Reuters
Mundo FBI
Trata-se da Secção 702 da Lei de Vigilância de Informações Estrangeiras, que deverá expirar no final do ano, a menos que o Congresso norte-americano vote a reautorização.
Numa audição perante a Comissão Judiciária do Senado, Christopher Wray avisou de que haverá consequências devastadoras para a segurança pública nos Estados Unidos se o programa caducar.
"O 702 permite-nos estar um passo à frente dos atores estrangeiros localizados fora dos Estados Unidos que representam uma ameaça à segurança nacional", argumentou, citado pela agência norte-americana AP.
Tanto os legisladores republicanos como os democratas têm-se recusado a renovar o programa na forma atual, recomendando uma série de reformas através de propostas legislativas concorrentes que estão a disputar apoio.
O facto de Wray ter dedicado uma parte significativa da intervenção perante a comissão à questão do 702 sublinha a sua importância para o FBI, o Departamento Federal de Investigação, segundo a AP.
Em particular, segundo a agência, numa altura em que a guerra entre Israel e o Hamas aumentou a preocupação com a possibilidade de violência extremista nos Estados Unidos.
Wray, que assumiu o cargo de diretor do FBI () em 2017, disse que o que tornou o clima atual único é que "muitas das ameaças são todas elevadas ao mesmo tempo".
O programa 702 foi examinado no ano passado, após revelações de que analistas do FBI pesquisaram indevidamente o banco de dados de inteligência.
As pesquisas incluíram informações sobre pessoas ligadas ao motim de 06 de janeiro de 2021, no Capitólio dos Estados Unidos, e aos protestos por justiça racial de 2020.
Essas preocupações uniram defensores de longa data das liberdades civis, incluindo o senador democrata Ron Wyden, do Oregon, bem como apoiantes republicanos do ex-presidente Donald Trump.
Algumas das propostas legislativas para reformar o 702 exigiriam que o FBI obtivesse um mandado antes de procurar informações sobre norte-americanos e outras pessoas no banco de dados de inteligência.
Wray e os funcionários da administração do Presidente Joe Biden afirmaram que tal exigência seria legalmente desnecessária e atrasaria o FBI na tentativa de intercetar ameaças à segurança nacional que se desenvolvem rapidamente.
Se a exigência de um mandado for a opção escolhida, Wray questionou a capacidade do FBI de prevenir um ataque terrorista sem poder examinar informações importantes que já constam do acervo de inteligência.
O presidente da comissão, o democrata Dick Durbin, resumiu a questão dizendo ao chefe do FBI que, apesar de a Secção 702 ser um instrumento fundamental, são necessárias reformas significativas para proteger a privacidade de "norte-americanos inocentes".
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