Autoridade Palestiniana responsabiliza EUA por sangue derramado em Gaza
O Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, responsabilizou hoje os Estados Unidos pelo "derramamento de sangue" em Gaza, depois de terem vetado uma resolução da ONU sobre um cessar-fogo entre o Hamas e Israel.
© Jade Gao - Pool/Getty Images
Mundo Israel/Palestina
Abbas descreveu a posição norte-americana como imoral num comunicado divulgado pelo seu gabinete em Ramallah e citado pela agência francesa AFP.
Considerou Washington "responsável pelo derramamento de sangue de crianças, mulheres e idosos palestinianos na Faixa de Gaza às mãos das forças de ocupação israelitas".
Os Estados Unidos vetaram na sexta-feira uma resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas que apelava para um cessar-fogo entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas em Gaza, em guerra desde 07 de outubro.
A resolução resultou do facto de o secretário-geral da ONU, António Guterres, ter invocado pela primeira vez o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas.
O artigo em causa permite ao secretário-geral chamar a atenção do Conselho de Segurança para uma questão que pode pôr em perigo a paz e a segurança internacionais.
Abbas tinha apelado horas antes da votação de sexta-feira aos membros do Conselho de Segurança para que aprovassem a iniciativa de Guterres, que elogiou.
No comunicado divulgado hoje não poupou nas palavras e acusou os Estados Unidos de serem parceiros de Israel nos "crimes de genocídio, limpeza étnica e guerra" cometidos em Gaza, na Cisjordânia ocupada ou em Jerusalém.
"Esta política está a tornar-se um perigo para o mundo e uma ameaça para a paz e a segurança internacionais", acrescentou Abbas, 88 anos, Presidente da Autoridade Palestiniana com sede na Cisjordânia, território palestiniano ocupado por Israel desde 1967.
A resolução da ONU, que surge mais de dois meses após o início da guerra em Gaza, desencadeada pelo ataque do Hamas em solo israelita, recebeu 13 votos a favor e a abstenção do Reino Unido.
Sendo um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, juntamente com China, França, Reino Unido e Rússia, os Estados Unidos podem vetar qualquer resolução.
O primeiro-ministro palestiniano, Mohammed Shtayyeh, já tinha descrito o fracasso na ONU como uma vergonha e como "mais um cheque em branco dado ao Estado ocupante para massacrar, destruir e deslocar".
O ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Eli Cohen, afirmou que um cessar-fogo "evitaria o colapso da organização terrorista Hamas", o objetivo declarado das operações israelitas em Gaza.
As estruturas do Hamas publicaram hoje um balanço global de 17.490 pessoas mortas pelos bombardeamentos israelitas contra a Faixa de Gaza.
O ataque do Hamas sem precedentes em solo israelita, em 07 de outubro, matou 1.200 pessoas, segundo as autoridades israelitas.
[Notícia atualizada às 13h17]
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