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Presidente do PE garante que ativistas iranianos "não estão sozinhos"

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, garantiu hoje que os ativistas iranianos "não estão sozinhos" e confirmou que o prémio Sakharov atribuído postumamente a Mahsa Amini será hoje entregue ao advogado Saleh Nikbakh.

Presidente do PE garante que ativistas iranianos "não estão sozinhos"
Notícias ao Minuto

10:57 - 12/12/23 por Lusa

Mundo Sakharov

Em conferência de imprensa antes da mais alta distinção da União Europeia em matéria de direitos humanos, a dirigente falou aos familiares da jovem iraniana morta no ano passado que foram impedidos de viajar do Irão para Estrasburgo e, assim, "honrar a memória da sua filha e da sua irmã".

"Não estão sozinhos. A vocês, às mulheres que estão aqui, e aos muitos que se atrevem a iniciar uma revolução, não estão sozinhos, estamos com vocês", garantiu Roberta Metsola, dirigindo-se à população iraniana, recordando as quatros posições aprovadas no último ano no PE condenando as ações das autoridades para silenciar os protestos e apelando à adoção de sanções contra os envolvidos na repressão desses protestos.

Roberta Metsola referiu ter já expressado aos vencedores do Prémio deste ano, que também envolve o movimento iraniano "Mulher, Vida e Liberdade", a "necessidade de se fazer mais" e o "orgulho das posições muito claras do PE, que condena severamente as politicas contra as mulheres da republica islâmica do Irão".

"Queremos ir mais longe. Solicitámos à União Europeia e aos seus estados-membros para intensificar as sanções contra os envolvidos" e que seja colocado na lista de terroristas o Corpo de Guardas da Revolução Islâmica deveria ser incluído na lista de organizações terroristas da UE, recordou.

A dirigente do PE sublinhou que a edição 2023 do Prémio presta também tributo a "mulheres, homens e jovens corajosos e que desafiam". "Apesar da crescente pressão, continuam o esforço para a mudança", sublinhou.

Também na conferência de imprensa, o advogado Saleh Nikbakh solicitou compreensão pela sua posição, uma vez que terá de regressar ao Irão, pelo que iria medir todas as palavras que hoje dirá.

Advogado de Mahsa Amini aquando da sua detenção, Nikbakh recordou já ter sido jornalista, numa altura em que havia expressão de liberdade no seu país, e colocou-se à disposição de questões sobre a legalidade da luta no Irão.

Os pais e o irmão de Mahsa Amini foram "proibidos de embarcar no voo que os levaria a França para a cerimónia de entrega do Prémio Sakharov", disse sábado Chirinne Ardakani, advogada da família em França.

Na segunda-feira, o porta-voz do PE tinha dado conta dos esforços da presidente do PE para que os familiares da ativista iraniana conseguissem viajar para Estrasburgo, tendo hoje a presidente do PE também confirmado o envolvimento para permitir a viagem.

Mahsa Amini morreu em 16 de setembro de 2022, três dias depois de ter sido detida pela polícia de costumes iraniana por usar um véu que não lhe assentava bem, tendo a sua morte originado meses de manifestações em grande escala contra os líderes políticos e religiosos do Irão, cuja repressão resultou em centenas de mortes e milhares de detenções.

O Parlamento Europeu atribuiu em outubro o Prémio Sakharov a Mahsa Amini e ao movimento "Mulheres, Vida e Liberdade", que tem sido reprimido de forma violenta pelas autoridades iranianas.

Leia Também: Advogado e académico iraniano recebe Prémio Sakharov por Mahsa Amini

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