Este aeroporto é "o mais perigoso do mundo" (e dos mais bonitos)
Fica no Nepal e é o principal acesso para quem vai escalar o Monte Evereste.
© Getty Images
Mundo Aviação
O aeroporto Tenzin-Hillary, em Lukla, no Nepal, é considerado "o mais perigoso do mundo" pelos especialistas da aviação e a descrição parece apropriada.
A porta de entrada para quem vai escalar o Monte Evereste, cuja escalada já matou centenas de aventureiros, parece ser o início dos perigos das alturas dos Himalaias.
Mais de 50 pessoas já morreram enquanto aterravam, aproximavam-se ou descolavam deste aeroporto, devido ao clima predominantemente mau e aos sistemas de navegação desatualizados, segundo a imprensa internacional.
De acordo os sites da especialidade, os voos da capital Katmandu para Lukla duram cerca de meia hora e são feitos em pequenos aviões que levam no máximo 16 passageiros, uma vez que a pista tem apenas 520 metros de comprimento, ou seja, é demasiado pequena para outro tipo de aeronaves.
O aeroporto está localizado a 2.859 metros de altitude e cercado por montanhas de 7 mil metros. A paisagem ao seu redor é "deslumbrante", mas deixa à vista de todos o quão perigosa pode também ser.
Cerca de 50% dos voos programados são cancelados devido à pouca visibilidade.
Outro dos problemas é o ar rarefeito. A altitude é tanta que os aviões têm dificuldades a ganhar impulso para levantar em segurança e não desaceleram tão rapidamente como noutras pistas durante a aterragem.
Desde a sua inauguração, em 1964, o Tenzin-Hillary - nome dado em homenagem a Tenzing Norgay e Edmund Hillary, as primeiras pessoas a alcançar o pico do Evereste – já presenciou dezenas de acidentes, sete dos quais com mortes.
Em 2008, por exemplo, um avião sem visibilidade e sinalização de radar, colidiu numas rochas enquanto aterrava, incendiando-se. 19 passageiros, incluindo 12 alemães e dois australianos, assim como os tripulantes morreram no acidente. Apenas o piloto sobreviveu.
Em 2012, o piloto perdeu o controlo da aeronave enquanto levantava voo. Todos os 19 ocupantes do aparelho morreram.
Dois anos antes, um piloto defrontou-se com uma mudança abrupta do tempo, com nuvens a bloquearem a visão para a pista. Ainda tentou voltar para a capital do Nepal, mas durante a manobra, um dos motores falhou e o avião acabou por colidir com uma encosta. Todos os 14 ocupantes morreram.
Em abril de 2019, mais um acidente mortal, desta vez com um helicóptero que tentava descolar da pista. Três pessoas morreram.
E a lista prossegue. Infelizmente, não há perspetivas para melhorar o Tenzin-Hillary, uma vez que as suas condições geográficas são de difícil acesso.
De acordo com a Forbes, a Autoridade de Aviação Civil do Nepal estabelece agora padrões elevados para os pilotos que voam para Lukla. Estes já devem ter realizado pelo menos 100 voos com aterragem em pistas curtas, pelo menos um ano de experiência no Nepal e ter completado (com sucesso) 10 voos para Lukla com um instrutor certificado.
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