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Órban admite acordo financeiro para Kyiv mas rejeita adesão à UE

O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, admitiu hoje aceitar, enquanto membro da União Europeia, um "acordo financeiro" com a Ucrânia, mas rejeitou levantar o seu veto à adesão do país ao bloco dos 27.

Órban admite acordo financeiro para Kyiv mas rejeita adesão à UE
Notícias ao Minuto

12:10 - 13/12/23 por Lusa

Mundo Ucrânia

A aceitação por Budapeste de um fundo comunitário de 50 mil milhões de euros para ajudar Kyiv, assim como as negociações para adesão da Ucrânia à União Europeia são duas das principais questões em cima da mesa do Conselho Europeu que decorrerá esta semana em Bruxelas.

Orbán indicou, num 'podcast', que está disposto a chegar a "um pacto sobre questões financeiras", mas sublinhou não estar pronto "para chegar a um pacto financeiro sobre questões estratégicas ou políticas".

O principal conselheiro político do primeiro-ministro, Balazs Orbán, deixou "escapar", numa entrevista à Bloomberg, a possibilidade de a posição da Hungria depender da introdução na equação de dinheiro bloqueado pela Comissão Europeia: mais de 20 mil milhões de euros em fundos comunitários de coesão, além de quase 6.000 milhões pertencentes ao fundo de recuperação.

Embora o conselheiro tenha admitido que "os fundos da UE e o financiamento à Ucrânia são duas questões distintas", disse acreditar que "se a UE insistir" em alterar o orçamento europeu para expandir a sua ajuda a Kyiv, os assuntos "irão passar a estar relacionados".

As declarações foram feitas poucas horas antes de Bruxelas decidir sobre a possível libertação de 10 mil milhões destes fundos para Budapeste.

Tanto o primeiro-ministro como o seu conselheiro adiantaram que a integração da Ucrânia na UE é, por enquanto, "uma linha vermelha".

Ambos referiram acreditar que aquele país não reúne as condições mínimas para começar a estudar a fundo a sua integração, defendendo que seria necessário abrir um debate mais amplo sobre as implicações que este novo processo acarretaria para a estabilidade do bloco.

"A Ucrânia está tão longe de reunir as condições para adesão à UE como Makó está de Jerusalém", afirmou hoje o chefe do Governo, numa declaração perante o parlamento húngaro, citada pelos meios de comunicação locais.

Orbán argumentou que abrir as portas ao país vizinho não beneficia os interesses nacionais da Hungria, nem os da UE como um todo.

O líder húngaro questionou também o papel da Comissão Europeia e criticou diretamente a sua presidente, Ursula Von der Leyen.

"Não podemos dizer que tenha feito um bom trabalho", afirmou.

No entanto, rejeitou que haja uma rutura total e disse querer continuar a trabalhar para ganhar influência no continente.

"O nosso plano não é sair [de Bruxelas], mas tomá-la", sublinhou.

Na terça-feira, o Conselho da União Europeia saudou os "substanciais progressos" da Ucrânia face aos requisitos impostos para a adesão ao bloco comunitário, mas deixou a decisão sobre a abertura de negociações formais para o alargamento para os líderes europeus.

A ameaça de veto húngaro ao apoio financeiro e às negociações formais para a adesão da Ucrânia, dada a necessária unanimidade, motivará um Conselho Europeu difícil em Bruxelas no final da semana, apesar de os líderes quererem fechar esses dossiês ainda este ano.

Esta reunião decisiva dos chefes de Estado e de Governo da UE decorre, pelo menos entre hoje e sexta-feira, podendo estender-se, após vários meses de contestação de Budapeste à suspensão de fundos europeus pela violação do Estado de Direito, que deram origem a dois bloqueios em recentes cimeiras europeias em conclusões relativas às migrações.

Mas nas últimas semanas os avisos da Hungria subiram de tom em cartas enviadas pelo primeiro-ministro, Viktor Orbán, ao presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, exigindo uma "discussão estratégica" sobre a Ucrânia, o que tem por base o ceticismo sobre as minorias húngaras em território ucraniano e a corrupção existente no país, mas sobretudo uma questão não relacionada com Kyiv, que se prende precisamente com as verbas comunitárias que foram suspensas a Budapeste.

No Conselho Europeu, será então discutido o início das negociações formais para a adesão da Ucrânia à UE, depois de a Comissão Europeia ter recomendado, em meados de novembro, que o Conselho avance face aos esforços feitos por Kyiv para cumprir requisitos sobre democracia, Estado de Direito, direitos humanos e respeito e a proteção das minorias, embora impondo condições como o combate à corrupção.

O executivo comunitário vincou ainda assim que a Ucrânia, que obteve estatuto de país candidato em meados de 2022, tem de fazer progressos que serão avaliados num relatório a publicar em março de 2024.

Leia Também: Zelensky diz que falou com Orbán de forma direta sobre a União Europeia

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