"Para onde foram?" Menino em estado crítico desconhece morte da família
Omar, de 4 anos, só tem um tio, o único parente que sobreviveu à guerra.
© Ahmad Hasaballah/Getty Images
Mundo Gaza
"Onde está a mãe? Onde está a avó? Para onde elas foram?" Omar tem apenas quatro anos, mas as interrogações do menino são muitas. A criança está em estado crítico num hospital na Faixa de Gaza e só tem um tio, o único parente que sobreviveu à guerra.
Moein Abu Rezk teve que amputar a mão esquerda, ficou ferido na perna direita, no peito e no rosto num ataque aéreo israelita que matou 35 membros da sua família. Até agora, Moein decidiu não contar ao sobrinho sobre a morte dos familiares.
“Ele precisa de receber a informação de uma maneira específica, para que não entre em choque ou em num estado que eu não possa controlar”, afirmou o homem à BBC. A criança está à espera de ser transportada para um hospital no Egito.
Moein contou que o sobrinho e a família estavam de visita à casa da avó quando esta foi bombardeada. “Nunca vimos mísseis assim. O míssil caiu e destruiu toda a área residencial ao redor”, recordou o homem.
No ataque que matou a família, o menino caiu numa abertura que a casa tinha. A criança ficou gravemente ferida e teve de amputar um dos braços. No hospital encontrou diversas dificuldades, já que as condições eram tão más, que os médicos não conseguiram encontrar uma cama para o menino.
“Todos os equipamentos e ferramentas médicas são tão limitados, que temos que lidar com a situação de uma forma mais prática do que saudável", disse Moein. “Não existem analgésicos, então temos que brincar e tentar fazê-lo rir para acalmá-lo”, referiu ainda o tio, que revelou que o método só funcionou durante algum tempo, mas que não tem "outra opção".
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