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Professor detido por ameaçar criança que questionou bandeira israelita

O docente disse à aluna de 12 anos que a decapitaria e que esta era "antissemita", quando a estudante fez uma pergunta sobre as mortes de palestinianos que vira nas notícias.

Professor detido por ameaçar criança que questionou bandeira israelita
Notícias ao Minuto

10:55 - 16/12/23 por Notícias ao Minuto

Mundo Estados Unidos

Um professor numa escola de ensino básico na Geórgia, nos Estados Unidos, foi detido na semana passada depois de ter alegadamente ameaçado violentamente uma aluna do sétimo ano, por esta ter dito que a presença da bandeira de Israel na sala de aulas era ofensiva para si, tendo sido acusado de ameaças terroristas e de crueldade para com um menor de idade.

Segundo relevaram as autoridades do condado de Houston, o incidente ocorreu no passado dia 7 de dezembro na escola Warner Robins Middle School, numa aula lecionada por Benjamin Reese, que foi detido no dia seguinte.

Os testemunhos de 18 alunos e de vários outros professores e adultos, que ouviram os comentários de Reese, dão conta de que o professor gritou com a aluna, disse que esta era "antissemita", que lhe "cortava a cabeça" e ainda a ameaçou que lhe cortava a garganta, antes de a arrastar para fora da escola.

A reação do professor surgiu depois de a aluna e de outros dois amigos terem reparado na bandeira israelita no interior de uma sala de aula, nos Estados Unidos, um facto que consideram impertinente e até ofensivo para com outras pessoas, especialmente muçulmanas. A criança, de cerca de 12 anos, questionou o professor e este respondeu-lhe que "era judeu e tem familiares que ainda vivem" nos territórios israelitas, segundo consta do relatório da polícia, citado pela NBC News.

A aluna apontou que as forças israelitas estão a matar civis palestinianos, como tinha visto nas notícias, pelo que Reese perguntou se a rapariga negava o direito de existência do estado de Israel, acusando-a de ser antissemita - uma classificação que tem sido repetida e usada por muitos apoiantes das forças israelitas e do governo de Benjamim Netanyahu, que acusam qualquer forma de crítica contra Israel de antissemitismo, mesmo quando o assunto tenha pouco que ver com a comunidade judaica.

Os alunos saíram da sala seguidos por Reese, que continuou a gritar insultos ao grupo pelos corredores do estabelecimento escolar.

O agente de serviço e o diretor confrontaram o professor, que reiterou a crítica de "antissemitismo" contra a aluna e que garantiu que não dissera nada racista. 

O distrito escolar comentou na sexta-feira, em comunicado, que o professor não voltou à escola desde o incidente e recordou que os docentes devem seguir um código de conduta, no qual é proibido insultar alunos, garantindo que o caso está a ser investigado. "A segurança e bem-estar dos nossos alunos e funcionários é a nossa prioridade", sublinhou o distrito escolar de Houston County.

Reese foi libertado no domingo após o pagamento de uma fiança de 7.500 dólares e o seu advogado, requerido ao Estado, não fez comentários.

O episódio é o mais recente caso que exemplifica o aumento do discurso islamofóbico nos Estados Unidos e um pouco por todo o mundo, em resposta à situação no Médio Oriente. A defesa do estado israelita após os ataques do Hamas, do dia 7 de outubro, mesmo durante os bombardeamentos incessante sobre a população palestiniana na Faixa de Gaza e na Cisjordânia ocupada, tem aumentado as tensões nas comunidades muçulmanas e judaicas globalmente, especialmente nos EUA, o país com a maior diáspora judaica no mundo.

Além do crescimento de incidentes antissemitas contra judeus, têm sido registados inúmeros casos de racismo, de violência e de agressões contra pessoas muçulmanas ou cujos atacantes presumiram ser muçulmanas. Um dos primeiros ocorreu em Chicago, quando um senhorio de uma família palestino-americana assassinou uma criança de seis anos, esfaqueando-a com vários golpes e ferindo gravemente a mãe.

No final de novembro, três estudantes de origem palestiniana foram baleados no Vermont por usarem o tradicional lenço palestiniano, conhecido como keffiyeh, que tem sido usado como um símbolo de apoio e de solidariedade para com a luta pela libertação dos territórios da Palestina.

Leia Também: Ex-assessor de Obama: "Matar 4 mil crianças palestinianas é insuficiente"

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