A antiga primeira-dama dos Estados Unidos fez uma rara aparição num evento público na sexta-feira, quando discursou numa cerimónia de naturalização de imigrantes em Washington D.C., numa altura em que o marido, Donald Trump, está a braços com justiça em dezenas de processos enquanto procura ser reeleito para a Casa Branca.

Melania Trump deu os parabéns a 25 novos cidadãos norte-americanos, na sede dos Arquivos Nacionais que, por acaso, é uma instituição no centro de um dos processos mais importantes que envolvem o antigo presidente dos EUA, quando este levou documentos classificados para o seu resort de luxo na Florida.

A antiga primeira-dama sempre se marcou por ser bastante mais contida do que o marido, intervindo pouco, mesmo relativamente a anteriores primeiras-damas.

Mas enquanto que Melania acompanhou diariamente Donald na sua campanha eleitoral de 2020, em que o então presidente perdeu para Joe Biden, desta vez a mulher do candidato tem-se mantido longe dos holofotes da campanha, dos processos, das idas a tribunais e de outros eventos na agenda do controverso e extremista Donald Trump.

No seu discurso de sexta-feira, Melania abordou as suas próprias dificuldades em obter a naturalização nos Estados Unidos, quando partiu da Eslovénia e imigrou para o país em 1996 para começar uma carreira no mundo da moda, no qual ficou inicialmente conhecida, recordando um "labirinto de papelada" e de burocracias.

"A minha experiência pessoal de ultrapassar os desafios do processo de imigração abriu os meus olhos para as duras realidades que as pessoas enfrentam, incluindo eu, quando tentam tornar-se cidadãos dos Estados Unidos. E depois, claro, há as nuances de entender as leis de imigração dos EUA e a complexa linguagem legal", disse, comentando que se viu obrigada a contratar uma equipa legal para a ajudar com o processo.

A imigração é um dos principais pontos da campanha presidencial de Donald Trump. O principal favorito à nomeação pelo Partido Republicano, muito à frente de qualquer adversário, tem prometido ser ainda mais duro com a entrada de estrangeiros no país do que no seu primeiro mandato como presidente.

Trump prometeu levar a cabo a "maior operação de deportações" da história do país, ordenando que a guarda nacional e autoridades estatais detenham e deportem imigrantes imediatamente cuja situação estiver ilegal, ou mesmo em espera.

Recentemente, numa entrevista ao canal conservador Fox News, o ex-presidente foi questionado se utilizaria a presidência para abusar dos seus poderes e procurar vingança, e Trump respondeu que seria um ditador "apenas no primeiro dia", vincando a questão dos imigrantes provenientes da América Latina como um ponto chave na sua opinião.

Melania Trump pouco mencionou o marido no seu discurso, nem o processo que o envolve a ele e aos Arquivos Nacionais, por causa de documentos confidenciais que Donald terá levado da Casa Branca para o seu resort de Mar-a-Lago, que foi alvo de buscas recentemente.

A última vez que Melania apareceu em público com o ex-líder foi quando este anunciou a sua candidatura à presidência, no outono de 2022. A última aparição num evento digno de nota foi no funeral da antiga primeira-dama Rosalynn Carter.

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