EUA pedem às autoridades de Hong Kong que libertem Jimmy Lai
Os Estados Unidos apelaram às autoridades de Hong Kong para que libertem o magnata Jimmy Lai, acusado de conspiração para minar a segurança do Estado durante os protestos antigovernamentais de 2019 e cujo julgamento arrancou hoje.
© Lusa
Mundo Jimmy Lai
"Apelamos às autoridades de Hong Kong para que libertem imediatamente Jimmy Lai e todos os outros presos por defenderem os seus direitos", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, em comunicado.
Ele recordou que Lai está detido há mais de mil dias e que lhe foi negada a possibilidade de escolher um representante legal e instou Pequim e Hong Kong a respeitarem a liberdade de imprensa.
"As ações que sufocam a liberdade de imprensa e restringem o livre fluxo de informação - bem como as alterações introduzidas por Pequim e pelas autoridades locais no sistema eleitoral de Hong Kong, que reduzem o voto direto e impedem a participação de candidatos de partidos independentes e pró-democracia - minaram as instituições democráticas e prejudicaram a reputação de Hong Kong como centro financeiro e de negócios", afirmou.
Lai, de 76 anos, está detido desde dezembro de 2020 e cumpre atualmente pena por um caso de fraude que denunciou como perseguição política. O seu antigo jornal "Apple Daily" foi dissolvido por violar a lei de segurança nacional.
Lai vai comparecer perante três juízes especialmente nomeados para julgar casos de segurança nacional, mas sem júri, o que representa um grande afastamento das tradições de direito comum da cidade, mas é semelhante ao que aconteceu noutro julgamento histórico sobre segurança nacional que envolveu 47 opositores.
Em 2019, Hong Kong foi palco de grandes protestos pró-democracia, espoletados por uma lei que previa a extradição de suspeitos de crimes para a China continental, mas as reivindicações evoluíram para a exigência de mais liberdades e autonomia em relação a Pequim.
Em resposta, Pequim impôs uma Lei de Segurança Nacional que pune a secessão, a subversão, o terrorismo e a conivência com forças estrangeiras com penas que podem ir até à prisão perpétua.
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