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Filho de líder deposta de Myanmar diz que mãe está incomunicável há 1 ano

O filho da líder birmanesa deposta Aung San Suu Kyi denunciou hoje que a sua mãe está praticamente incomunicável desde janeiro numa prisão da capital, onde cumpre uma pena de 27 anos por acusações apresentadas pela junta militar.

Filho de líder deposta de Myanmar diz que mãe está incomunicável há 1 ano
Notícias ao Minuto

09:46 - 18/12/23 por Lusa

Mundo Aung San Suu Kyi

Kim Aris, numa entrevista por videoconferência à agência de notícias EFE a partir de Londres, manifestou preocupação com a saúde da sua mãe, de 78 anos, e afirmou que o seu isolamento é uma violação de direitos humanos.

"Até onde eu sei, a última vez que (Suu Kyi) manteve algum contacto com os seus advogados foi em janeiro e não teve contacto com mais ninguém fora do serviço penitenciário e dos militares", disse Kim, filho mais novo de Suu Kyi e do já falecido historiador britânico Michael Aris.

A líder birmanesa foi detida no mesmo dia do golpe de Estado realizado pelos militares, em 01 de fevereiro de 2021, e foi julgada num processo longo e obscuro que foi criticado pelos Estados Unidos, pelo Reino Unido, pela ONU, pela União Europeia (UE), entre outros países e organizações.

"[Os militares] não me deixaram visitá-la nem uma vez e não me permitiram de todo comunicar com ela, o que é uma violação total dos seus direitos humanos", disse o ativista, nascida em 1977 em Oxford (Reino Unido) e também conhecido como Htein Lin.

Uma exceção ao isolamento de Suu Kyi foi a visita à prisão que recebeu em julho do então ministro dos Negócios Estrangeiros da Tailândia, Don Pramudwinai, que afirmou que a líder deposta estava com "boa saúde".

No entanto, Aris declarou que a visita foi aproveitada pela junta militar para a sua própria propaganda e que a sua mãe está "praticamente isolada", impedida de interagir com outros presos.

Relativamente ao conflito em Myanmar, o filho da líder deposta afirmou esperar que a junta militar birmanesa seja derrotada pelas forças pró-democracia e pediu à comunidade internacional que apoie aqueles que lutam contra os militares birmaneses e que facilite a entrada de ajuda humanitária.

A líder birmanesa, reconhecida com o Prémio Nobel da Paz em 1991, sofreu o seu maior desgaste político com a crise dos rohingyas -- uma minoria muçulmana em Myanmar -, já que muitos ativistas a criticaram por não ter feito o suficiente para defender esta minoria submetida uma repressão brutal do exército em 2016 e 2017.

"O que aconteceu aos rohingyas foi terrível, mas penso que a forma como mostraram a minha mãe, que poderia estar envolvida naquilo, foi completamente falsa", disse Aris, que indicou que Suu Kyi tentou fazer o que pode para ajudar os rohingyas, apesar das restrições dos militares.

Mais de um milhão de rohingyas vivem no Bangladesh e outros fugiram para diversos países devido à repressão brutal do exército sobre esta minoria.

Leia Também: Exército da Tailândia mata 15 alegados traficantes junto à fronteira

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