Numa entrevista à publicação ucraniana RBK, Zaluzhnyi afirmou que "não é necessário" intensificar a mobilização, "mas sim regressar ao modelo que funcionava anteriormente".

Sobre os responsáveis militares encarregados do recrutamento demitidos por Zelensky neste verão, Zaluzhnyi afirmou: "Eles eram profissionais, sabiam fazer isto e agora já não estão lá".

É a segunda vez em menos de dois meses que Zelensky e Zaluzhnyi mostram divergências em público.

Em agosto deste ano, o Presidente ucraniano demitiu os chefes de todos os gabinetes de recrutamento ucranianos depois de os meios de comunicação terem revelado casos de corrupção.

Alguns destes responsáveis militares cobravam suborno para não recrutar homens que iriam para a frente de combate. As autoridades ucranianas abriram processos penais contra vários destes militares despedidos.

Um dos envolvidos é o antigo chefe do departamento de recrutamento de Odessa, que teria adquirido propriedades de luxo em Espanha no valor de vários milhões de euros com dinheiro obtido de forma irregular.

Hoje, as autoridades ucranianas anunciaram o confisco de terrenos, veículos e casas avaliadas em mais de um milhão de euros ao antigo chefe de recrutamentos da província de Rivne, que também está a ser investigado por corrupção.

Na entrevista publicada hoje, Zaluzhnyi reconheceu que o exército precisa de mais recursos humanos para socorrer aqueles que há mais tempo lutam incansavelmente na frente de combate.

Em declarações aos meios de comunicação locais, o chefe do serviço de informação ucranianos (GUR), Kirilo Budanov, afirmou que o país precisa ampliar a mobilização para substituir os mortos na guerra.

O Presidente Zelensky abordou várias vezes nas últimas semanas a necessidade de fazer alterações no sistema de recrutamento.

O chefe do exército ucraniano disse publicamente em novembro que a frente estagnou depois de a contraofensiva ucraniana deste verão não ter alcançado os resultados esperados.

Zaluzhnyi afirmou que a guerra entrou numa "fase posicional" que poderia favorecer a Rússia. Zelensky não aceitou as conclusões do chefe do exército quando questionado sobre estas declarações do militar.

O general Zaluzhnyi também foi hoje o protagonista da descoberta, num escritório habilitado para a sua utilização, de um sistema de escuta oculta que está a ser analisado pelo serviço de informação ucranianos.

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