A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Maria Zajarova, transmitiu ao diplomata finlandês a importância de "tomar as medidas necessárias para contrariar as decisões agressivas da Finlândia e dos seus aliados da NATO", especialmente dada a crescente presença de militares da Aliança Atlântica na sua fronteira.
O acordo, alcançado oito meses após a entrada da Finlândia na NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), foi assinado na segunda-feira pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e pela ministra dos Negócios Estrangeiros finlandesa, Elina Valtonen, e visa facilitar "operações de paz", podendo ser "de importância vital durante uma crise".
O pacto envolve o aumento da ajuda à Finlândia, que partilha uma fronteira de 1.340 quilómetros com a Rússia, e um acesso mais rápido de ajuda militar em caso de conflito.
O acordo de cooperação militar foi assinado um dia depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter anunciado um reforço militar em resposta à adesão à NATO do país escandinavo.
O acordo foi saudado pelo ministro da Defesa finlandês, Antti Hakkanen, como "um forte sinal do compromisso dos Estados Unidos na defesa da Finlândia e de toda a Europa do Norte".
"Não esperamos que os Estados Unidos cuidem da defesa da Finlândia", acrescentou Hakkanen, recordando que "este acordo melhora significativamente a capacidade de agir em conjunto em todas as situações".
A Finlândia - que repeliu a invasão soviética no inverno de 1939-1940 - evitou aderir à NATO durante décadas, procurando não antagonizar o seu vizinho.
Contudo, as relações entre os dois países deterioraram-se consideravelmente desde fevereiro de 2022, com a invasão russa da Ucrânia, levando a Finlândia a aderir à NATO em abril deste ano.
O Presidente russo, Vladimir Putin, alertou, no domingo, que a situação pode causar problemas.
"O Ocidente levou a Finlândia para a NATO. Tivemos alguma disputa com eles? Todas as disputas, incluindo as disputas territoriais de meados do século XX, já tinham sido resolvidas há muito tempo. Não havia problemas ali e agora vai haver porque vamos transformar Leningrado num distrito militar e concentrar lá as nossas forças", avisou.
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