O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez, esta terça-feira, um balanço sobre o conflito no país, que começou a 24 de fevereiro de 2022.
Numa conferência de imprensa em Kyiv, Zelensky falou sobre a mobilização de mais pessoas para o combate contra a Rússia. Segundo o responsável, o exército ucraniano propôs mobilizar "450 mil a 500 mil pessoas". Zelensky disse, no entanto, que precisava de "mais argumentos para apoiar esta ideia" porque se tratava de um "número muito importante".
Zelensky também anunciou que a Ucrânia vai receber "diversos" novos sistemas antiaéreos Patriot.
O presidente ucraniano considerou também que a Rússia "não conseguiu atingir nenhum resultado" este ano, incluindo chegar às fronteiras no Donbass.
O chefe de Estado saudou "uma enorme vitória" do exército ucraniano sobre a Rússia no mar Negro, que permitiu estabelecer desde agosto um "corredor marítimo" para exportação de mercadorias.
"Isso está integrado na nossa operação no sul", prosseguiu o líder ucraniano, lembrando ainda as ameaças russas de bombardeamentos e a suposta superioridade marítima da frota russa.
Questionado sobre a possibilidade de 2024 não trazer o fim da guerra em território ucraniano, notou que "ninguém tem a resposta" para essa pergunta, mesmo os oficiais mais experientes. "Temos pensamentos e ideias, e as ideias podem estar longe da realidade", acrescentou.
Zelensky foi ainda confrontado com a possibilidade de a Ucrânia estar num ponto em que está a perder a guerra contra a Rússia, defendendo que "não achava" que era isso que estava a acontecer. Sublinhando que o país esteve numa situação muito complexa, nomeadamente, em relação às infraestruturas, economia e fornecimento de comida.
"Fomos completamente bloqueados, e ainda assim ultrapassámo-lo", afirmou, dando como exemplos alguns ciberataques e ataques nos locais. Apesar desta situação, Zelensky reconhece que a "torneira está a começar a abrir", e que é agora diferente do que já foi. "Esta [eventual] vitória tem custos exorbitantes", acrescentou.
Os Estados Unidos e... Trump?
Numa referência à situação interna nos Estados Unidos, até ao momento o principal aliado de Kyiv, Zelensky afirmou acreditar que os Estados Unidos "nunca trairão a Ucrânia", mas admitiu que um possível regresso de Donald Trump à Casa Branca (presidência norte-americana), a menos de um ano das presidenciais norte-americanas de 2024, poderá ter "um forte impacto" no desenrolar do conflito.
"Se a política do próximo presidente qualquer que seja, é diferente face à Ucrânia, mais fria, ou mais económica, então penso que esses sinais terão um impacto muito forte sobre o decurso da guerra", declarou, após ter admitido que Trump irá conduzir "sem dúvida uma política diferente".
A ofensiva militar russa no território ucraniano mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a II Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
[Notícia atualizada às 18h42]
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