Oposição pede um Natal sem presos políticos na Venezuela

A Plataforma Unitária Democrática (PUD) que reúne os principais partidos políticos da oposição na Venezuela, pediu ao Governo do Presidente Nicolás Maduro que, tendo em conta a quadra natalícia, liberte os presos políticos no país.

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Lusa
20/12/2023 06:26 ‧ 20/12/2023 por Lusa

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"Desde a PUD, enviamos uma mensagem de solidariedade e de apoio às famílias dos presos políticos e perseguidos pelo regime. O nosso maior desejo nesta quadra de dezembro é a liberdade", explicou um comunicado divulgado em Caracas.

No documento, a PUD recordou que "na Venezuela, enquanto muitos vivem com fé e esperança durante a época (...), familiares e amigos aguardam a libertação de centenas de presos políticos que permanecem cativos nas masmorras do regime de Nicolás Maduro".

"A poucos dias do final de 2023, uma das principais prioridades é continuar a lutar, exigir e trabalhar pelo respeito aos direitos humanos e pelo fim da perseguição política que tanto dano tem feito ao nosso país", sublinhou.

A PUD conclui o comunicado com uma mensagem de "apreço pela força, coragem e perseverança" dos familiares que "não têm nada para festejar porque estão à espera da libertação dos mais de 300 presos políticos" no país.

Segundo a organização não governamental (ONG) venezuelana Foro Penal (FP), em 11 de dezembro a Venezuela tinha 276 pessoas presas por motivos políticos, 257 homens e 19 mulheres, das quais 129 são civis e 147 militares, todos adultos.

Enquanto 137 já foram condenados por tribunais venezuelanos, 139 ainda aguardam julgamento.

"Desde 2014 se registaram 15.811 detenções políticas na Venezuela. O FP tem apoiado gratuitamente mais de 12.000 detidos, hoje encarcerados e a outras vítimas de violações dos seus direitos humanos", explicou o último relatório divulgado pela ONG.

O FP precisa ainda que, "além dos presos políticos, mais de 9.000 pessoas continuam sujeitas, arbitrariamente, a medidas restritivas da sua liberdade".

Na segunda-feira, o FP realizou uma missa de ação de graças, na cidade de Guanare (oeste), na qual pediu também "um Natal sem presos políticos".

Na terça-feira a organização lembrou na rede social X (antigo Twitter) o assassinato de vários cidadãos, alegadamente por grupos de civis armados que dispararam para quebrar manifestações contra o regime, em 2014.

"Não devemos fazer justiça pelas nossas próprias mãos, mas está nas nossas mãos fazer com que se faça justiça", explica o diretor do FP, Alfredo Romero.

Leia Também: Equador vai expulsar cerca de 1.500 reclusos estrangeiros

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