Uma criança afro-americana de 2 anos terá sido ‘detida’ durante uma aula sobre a ativista Rosa Parks, levando a que a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (National Association for the Advancement of Colored People, NAACP, em inglês) apelasse a que a creche do condado de Osceola, no estado norte-americano da Florida, fosse investigada pela sua conduta racista.

Numa carta enviada ao governo local, a organização apontou que a menina foi "sujeita a uma alarmante simulação, onde foi algemada e as suas impressões digitais foram tiradas por um colega branco", noticiou a FOX 35.

De acordo com o mesmo meio, os pais da criança não quiseram identificar-se, mas confessaram que a situação os incomodou. Os progenitores detalharam ainda ter visto fotografias do momento na aplicação da creche.

"As mãos estavam presas atrás das costas, como se estivesse a ser levada sob custódia. A imagem seguinte mostrava as mãos a serem colocadas numa mesa, como se estivesse a ser admitida numa prisão, e a expressão no seu rosto era horrível", admitiram.

Ainda assim, a creche esclareceu, em declarações à FOX 35, que "as fotografias partilhadas não dão uma representação completa ou precisa da aula sobre a importância da igualdade de direitos".

"A nossa escola acredita e ensina a importância da igualdade, de defender os nossos direitos e de falar abertamente quando vemos que algo não está certo. Ensinamos estas lições não para celebrar os erros de outras pessoas no passado, mas para incentivar os nossos filhos a evitar tais ações no futuro. Lamentamos profundamente a suposição de que os nossos professores, a nossa liderança ou a nossa administração escolheriam de qualquer forma fazer com que uma criança se sentisse desconfortável ou destacada negativamente", lê-se no comunicado citado.

É que, de acordo com a entidade, as crianças estavam a aprender sobre o legado da ativista Rosa Parks, tendo decidido, de forma espontânea, "representar os elementos da história de Parks, incluindo a sua detenção por se ter recusado a ceder o lugar no autocarro".

Na ótica dos pais da menina, há "maneiras de ensinar a história de Rosa Parks" que não passam por situações semelhantes. Os responsáveis retiraram a criança da instituição, uma vez que esta passou a ser "muito quieta e reservada".

A NAACP pediu, por isso, a "cessação imediata destas atividades do currículo da Building Brains Academy", apontando que explorará "todas as vias legais para resolver este grave assunto e garantir que tais incidentes não se repitam".

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