Republicanos unidos à volta de Trump denunciam "interferência eleitoral"
A reação dos republicanos à decisão judicial que declarou Donald Trump inelegível para as primárias do Colorado demonstra a união em torno do ex-presidente e a rejeição do que consideram uma "interferência eleitoral" digna de "uma república das bananas".
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Mundo EUA
Autoridades eleitas, senadores ou candidatos presidenciais, um por um, todos os líderes conservadores rejeitaram a sentença inédita, divulgada esta terça-feira, que proíbe Donald Trump participar nas primárias republicanas daquele Estado norte-americano, devido ao seu envolvimento no ataque ao Capitólio dos EUA, em 06 de janeiro de 2021.
"A decisão do tribunal, que procura desqualificar o presidente Trump das primárias do Colorado, é um ataque partidário", frisou o líder republicano da Câmara dos Representantes (câmara baixa do Congresso), Mike Johnson, citado hoje pela agência France-Presse (AFP).
"Isto é uma interferência eleitoral flagrante", criticou o influente congressista conservador, Steve Scalise.
Já o congressista Randy Weber apontou: "Vivemos numa democracia, não numa república das bananas".
Abandonado por parte do seu partido após 06 de janeiro de 2021, o magnata de 77 anos recuperou inegavelmente o controlo sobre o Partido Republicano, apesar das suas quatro acusações criminais, refere uma análise da AFP.
Até Ron DeSantis, um dos únicos com hipóteses de competir com o ex-presidente pela nomeação republicana, defendeu publicamente Trump.
A decisão no Colorado é baseada em "fundamentos falsos" e deve ser "anulada pelo Supremo Tribunal" dos Estados Unidos, defendeu ainda na terça-feira à noite o governador da Florida, através da rede social X.
Outra rival de Donald Trump e atualmente no terceiro lugar nas sondagens, Nikki Haley, manteve as críticas: "Não cabe aos juízes tomar este tipo de decisão, mas aos eleitores", frisou aos jornalistas, durante um evento em Iowa.
Desde o início da campanha, Ron DeSantis e Nikki Haley têm poupado os ataques contra o ex-presidente, por receio de ofender a sua base, que ainda é muito leal.
"Para terem hipóteses de vencer, têm de reunir um grande número de apoiantes de Trump, o que não podem fazer atacando Trump", explicou à AFP o cientista político Larry Sabato.
Os rivais de Trump nas primárias não rejeita assim a teoria do magnata de que é vítima de uma "caça às bruxas", liderada Pelo presidente democrata Joe Biden para impedi-lo de concorrer novamente.
Candidato à reeleição, Joe Biden tem evitado comentar os problemas jurídicos do rival, para não alimentar as acusações de instrumentalização da justiça de que é alvo.
Mas o chefe de Estado norte-americano endureceu hoje o tom, frisando que o seu antecessor "certamente apoiou uma rebelião" em 06 de janeiro de 2021.
"Cada caso contra o qual luto é trabalho do Departamento de Justiça e da Casa Branca", acusou, por sua vez, Donald Trump, através da sua rede social, a Truth Social.
Os EUA preparam-se para viver um ano extraordinário com Donald Trump, que deverá circular entre as ações de campanha e os tribunais.
Nem uma passagem pela prisão, ou um regresso à Casa Branca podem atualmente ser excluídos para o republicano, situação completamente extraordinária da qual Trump tem capitalizado.
A cada reviravolta na sua extensa saga jurídica, Donald Trump tem arrecadado elevadas quantias de dinheiro e subido nas sondagens e após a decisão judicial no Colorado, a sua equipa voltou a solicitar doações.
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