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Eleições em Taiwan em fase "crítica" de definição de relações com China

As eleições presidenciais e parlamentares de janeiro em Taiwan ocorrem numa "altura crítica" e a escolha do sucessor de Tsai Ing-Wen terá "importantes consequências" nas relações entre Taipé e China, que reivindica soberania da ilha, afirmou o Crisis Group.

Eleições em Taiwan em fase "crítica" de definição de relações com China
Notícias ao Minuto

18:42 - 22/12/23 por Lusa

Mundo Taiwan

Em artigo hoje publicado, o centro de investigação sublinha que o partido de Tsai, atual presidente de Taiwan, lidera as sondagens das eleições de janeiro, às quais concorrem três partidos com posições diferenciadas, sobre as relações entre a ilha, governada de forma autónoma, e a China.

"As tensões sobre o futuro da ilha têm aumentado constantemente, à medida que começam a desmoronar-se entendimentos de décadas que mantiveram a paz no Estreito de Taiwan, sob a pressão da mudança de dinâmica em Pequim, Washington e Taipé" e quando as conversações estão suspensas, desde 2016, dada a recusa de Pequim em se envolver com a administração do Partido Democrático Progressista (DPP) da presidente, refere o Crisis Group.

A 13 de janeiro é garantido que quem ocupa a presidência mudará porque Tsai completou os dois mandatos permitidos pela constituição do território, com cerca de 19,5 milhões de eleitores. Os principais partidos concorrentes são DPP e Kuomintang (KMT).

A liderar as sondagens está o DPP, cujo concorrente à presidência é Lai Xing-te, que no seu currículo soma a vice-presidência desde 2020 e as funções de primeiro-ministro (2017-2020) e de autarca de Tainan (2010-2017).

Pelo KMT concorre Hou You-ih, também antigo autarca e chefe da polícia de Nova Taipé. Mais atrás nas preferências expressas, está o Partido Popular de Taiwan (TPP), cujo candidato Ko Wen-je é o antigo presidente da câmara de Taipé.

As relações com Pequim dominam estas eleições e enquanto o KMT argumenta estar em causa a opção entre "guerra e paz", o DPP sublinha a escolha entre "democracia e ditadura". De acordo com o Crisis Group, os dois principais partidos chamam a si o título de garante da paz, mas por vias diferentes: o KMT promete diálogo com a China e o DPP põe a tónica na defesa e em alianças internacionais. Já o TPP diz que "é melhor ser família que inimigo" do continente.

De Pequim, e de forma a permitir a mensagem interna que se fazem "progressos na prossecução da reunificação pacífica", como cita a especialista do Crisis Group, o Gabinete da China para os Assuntos de Taiwan tem apelidado os candidatos do DPP (Lai para presidente e Bi-khim Hsiao como vice-presidente) como a "dupla da independência" e "advertido repetidamente que uma declaração de independência de Taiwan teria consequências terríveis".

Pós eleições, o Crisis Group antevê que, se conseguir um inédito terceiro mandato consecutivo, o DPP defenda uma fórmula aceite unanimemente e, se "como é mais provável não houver consenso", deve insistir num relacionamento enquadrado pelas normas existentes e, possivelmente, avançar com cooperação no turismo e intercâmbio de estudantes, continuando o diálogo sobre aplicação legislativa e segurança marítima.

Se o KMT vencer, a especialista Ivy Kwek estima que as relações com Pequim melhorem, mesmo que apenas temporariamente e que haja, em simultâneo, uma mensagem para os EUA quanto ao empenho em continuar, por exemplo, as reformas na defesa iniciadas por Tsai e apoiadas por Washington.

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