Exército ucraniano assume ter recuado para a periferia de Marinka
O comandante-chefe do Exército ucraniano, Valery Zaluzhny, reconheceu hoje que as suas forças se retiraram para os arredores de Marinka, uma cidade do leste cuja captura Moscovo reivindicou na segunda-feira.
© Valentyna Polishchuk/Global Images Ukraine via Getty Images
Mundo Ucrânia/Rússia
"O facto de nos termos transferido para os arredores de Marinka e de em alguns locais já termos ultrapassado os limites da localidade não deve provocar protestos públicos", sugeriu Zaluzhny, numa conferência de imprensa.
Na segunda-feira, o Exército russo assumiu o controlo de Marinka, perto de Donetsk, no leste da Ucrânia, e que servia de reduto às forças ucranianas.
Hoje, Zaluzhni admitiu a retirada das suas tropas e comparou o ataque a Marinka à destruição completa de Bakhmut pelos soldados russos.
"Protegemos cada pedaço de nossa terra, cada pedaço, mas se os projéteis inimigos começarem a encher esse pedaço estreito com pedras, sujidade e com os nossos soldados, então a vida dos nossos efetivos será o mais importante", prometeu o comandante-chefe das Forças Armadas ucranianas.
Marinka foi transformada pelo exército ucraniano num reduto desde 2014. O início de um conflito com os separatistas pró-Rússia liderados por Moscovo fez com que os russos passassem a controlar o território, nomeadamente a cidade de Donetsk.
De acordo com o ministro da Defesa da Rússia, Marinka é "uma poderosa área fortificada conectada por passagens subterrâneas" que a protegem de artilharia e ataques aéreos.
"Graças às ações decisivas dos nossos soldados, a fortaleza foi destruída", disse Sergei Shoigu na segunda-feira.
"A cidade de Marinka, localizada a cinco quilómetros a sudoeste de Donetsk, foi completamente libertada hoje", adiantou Sergei Shoigu, numa entrevista televisiva com o Presidente da Rússia, Vladimir Putin.
"A libertação da cidade reduz naturalmente as capacidades de defesa das Forças Armadas da Ucrânia e dá-nos mais oportunidades para continuar a nossa ação neste sentido", acrescentou.
Vladimir Putin congratulou-se com o facto de o controlo de Marinka manter as tropas ucranianas afastadas de Donetsk, a capital regional sob controlo russo, que tem sido regularmente alvo de bombardeamentos ucranianos desde 2014.
"Reduzimos significativamente o alcance da ação de artilharia perto de Donetsk (...) e isto permite agora que Donetsk seja defendida de forma mais eficaz contra os ataques", sublinhou o Presidente da Rússia.
Como zona fortificada, Marinka dá às tropas russas "a possibilidade de ter um espaço operacional mais amplo", reforçou Vladimir Putin.
As forças russas recuperaram a iniciativa na frente de combate desde o fracasso da contraofensiva ucraniana, ganhando terreno especialmente no leste da Ucrânia.
Em particular, há vários meses que o Exército russo tenta cercar outro reduto ucraniano, o de Avdiïvka, também no leste da Ucrânia.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
[Notícia atualizada às 16h26]
Leia Também: Chefe do exército ucraniano "insatisfeito" com serviços de recrutamento
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com