Ofensiva terrestre em Gaza atinge campos de refugiados urbanos
As forças israelita revelaram hoje que expandiram a sua ofensiva terrestre na Faixa de Gaza aos campos de refugiados urbanos densamente povoados na região centro deste enclave.
© Getty Images
Mundo Israel/Palestina
"Expandimos os combates para uma área conhecida como campos do centro", frisou o porta-voz militar de Israel, contra-almirante Daniel Hagari, em conferência de imprensa.
A nova zona de batalha, anunciada pelas forças israelitas, ameaça causar mais destruição, numa guerra que Israel diz que durará "muitos meses", enquanto mantém o objetivo de destruir o movimento islamita palestiniano Hamas, noticiou a agência Associated Press (AP).
As forças israelitas têm estado envolvidas em intensos combates urbanos no norte de Gaza e na cidade de Khan Younis, no sul, levando os palestinianos para áreas cada vez mais pequenas, à procura de refúgio.
Apesar dos apelos dos EUA para que Israel reduza as vítimas civis e da pressão internacional para um cessar-fogo, o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, adiantou que os militares estão a aprofundar os combates.
"Dizemos aos terroristas do Hamas: estamos a ver-vos e vamos chegar até vocês", apontou Netanyahu.
A ofensiva de Israel é uma das campanhas militares mais devastadoras da história recente. Mais de 20.900 palestinianos, dois terços destes mulheres e crianças, foram mortos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, cuja contagem não diferencia entre civis e combatentes. A mesma fonte adiantou que 240 pessoas foram mortas nas últimas 24 horas.
O gabinete de direitos humanos da ONU frisou, por sua vez, que o bombardeamento contínuo no centro de Gaza custou a vida de mais de 100 palestinianos desde a véspera de Natal, lembrando que Israel ordenou que alguns residentes se mudassem para lá.
Os residentes do centro de Gaza descreveram bombardeamentos intensos e ataques aéreos que abalaram os campos de Nuseirat, Maghazi e Bureij. Estas cidades acolhem os palestinianos expulsos das suas casas no que hoje é Israel durante a guerra de 1948, juntamente com os seus descendentes.
Os militares israelitas ordenaram aos residentes que se retirassem de uma faixa de território situada na largura do centro de Gaza, instando-os a deslocarem-se para a vizinha Deir al-Balah.
O gabinete humanitário da ONU apontou que a área designada para evacuação era o lar de quase 90 mil pessoas antes da guerra e agora abriga mais de 61 mil pessoas deslocadas, principalmente do norte.
Mais tarde, os militares afirmaram que estavam a operar em Bureij e afirmaram que tinham localizado um campo de treino do Hamas.
A interrupção das telecomunicações anunciada pela Paltel segue-se a interrupções semelhantes durante grande parte da guerra. O NetBlocks, um grupo que rastreia interrupções na Internet, confirmou que a conectividade da rede em Gaza foi novamente interrompida e "provavelmente deixará a maioria dos residentes 'offline'".
Israel está em guerra com o Hamas, apoiado pelo Irão, desde 07 de outubro, quando comandos do grupo islamita palestiniano invadiram o sul do país a partir da Faixa de Gaza. O ataque causou 1.200 mortos, segundo as autoridades israelitas.
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