O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou, esta quarta-feira, que mais dinheiro atribuído pelo Ocidente à Ucrânia não mudará "o curso dos acontecimentos" na guerra.
Peskov reagia assim à notícia avançada hoje pelo Financial Times, que diz que a União Europeia (UE) está a preparar um apoio no valor de 20 mil milhões de euros para a Ucrânia, utilizando um esquema que contorna o veto da Hungria. Em causa está o recurso a um modelo de dívida, que permitira libertar fundos para Kyiv.
"Esse dinheiro não é capaz de mudar o curso dos acontecimentos na operação militar especial" disse Peskov, segundo cita a agência estatal russa TASS.
O porta-voz do Kremlin frisou ainda que o dinheiro "está a ser atribuído em detrimento das economias da UE, que já enfrentam tempos difíceis".
"Este dinheiro está a ser atribuído em detrimento da indústria dos países da UE e em detrimento do futuro dos países da UE", acrescentou ainda.
Peskov atirou ainda que "uma parte considerável do dinheiro" está a ser roubada.
"Tanto os europeus como os americanos compreendem perfeitamente o nível de corrupção [na Ucrânia]. Eles percebem que uma parte considerável deste dinheiro está a ser roubada", disse, defendendo que isso é algo que também ficará "claro para os contribuintes desses países".
Recorde-se que a Rússia invadiu a Ucrânia em 22 de fevereiro de 2022, com o argumento de "desnazificar" o país vizinho.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, mas não conheceu avanços significativos nos últimos meses, mantendo-se os dois beligerantes irredutíveis nas suas posições territoriais e sem abertura para cedências negociais.
Leia Também: Brasil mantém vontade de receber Putin no G20 apesar da ordem de detenção