Sunak diz que reduziu atrasos nos pedidos de asilo, ONGs contestam
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, reivindicou hoje ter cumprido a promessa de reduzir a acumulação de pedidos de asilo, embora a oposição e organizações humanitárias tenham questionado os números.
© Lusa
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Num artigo publicado no tabloide Daily Express, o líder do Partido Conservador afirma que "112.000 casos que entupiam o sistema foram resolvidos", atribuindo o resultado a "uma ação implacável para combater a migração ilegal durante o último ano".
De acordo com Sunak, num período de quatro semanas, de 20 de novembro a 17 de dezembro de 2023, foram tomadas 20.481 "decisões iniciais de asilo", mais do que em todo o ano de 2021.
No ano passado, o chefe do executivo britânico prometeu resolver até ao final de 2023 cerca de 92.000 pedidos pendentes anteriores a 28 de junho de 2022, quando foram introduzidas novas regras, no âmbito de de uma crise devido à falta de instalações para alojar estes potenciais refugiados.
Embora o primeiro-ministro afirme que cumpriu a meta, o principal partido da oposição acusou-o de manipular os números.
O porta-voz do Partido Trabalhista para a imigração, Stephen Kinnock, afirmou que os pedidos em atraso ascendem atualmente os 165.000, incluindo casos antigos e novos.
Kinnock alega que cerca de 100.000 pessoas cujos pedidos foram apresentados depois de junho de 2022 ainda estão no sistema e muitas delas permanecem alojadas em hotéis.
O próprio Governo reconheceu, há algumas semanas, ter perdido o rasto a 17 mil requerentes de asilo, os quais o deputado trabalhista diz ser incerto "se voltaram a apresentar os seus pedidos ou se desapareceram na economia paralela".
O presidente executivo da organização Refugee Council, Enver Solomon, reconheceu que "registaram-se progressos, mas é enganador o Governo afirmar que o atraso na resolução dos pedidos de asilo foi eliminado, uma vez que há milhares de pessoas que continuam à espera de uma decisão".
Rishi Sunak fez do combate à imigração ilegal uma das suas prioridades, nomeadamente através do controverso programa de deportações para o Ruanda, que foi bloqueado pelo Tribunal Supremo britânico.
Na segunda-feira, o Governo anunciou que o número total de migrantes que chegaram de forma irregular em pequenas embarcações através do Canal da Mancha (entre a França e a Inglaterra) caiu 36% em 2023 para 29.437 pessoas, de acordo com uma estimativa provisória.
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