Rússia a vencer a guerra? É um "sentimento não baseado na realidade"
Nos últimos dias, a Ucrânia tem sido alvo de intensos ataques por parte das forças de Moscovo, classificados por Zelensky como "uma campanha de terror".
© NTB/Javad Parsa/via REUTERS
Mundo Guerra na Ucrânia
O presidente ucraniano afirmou na segunda-feira que as forças russas estão a sofrer perdas pesadas na sequência da guerra que já dura há quase dois anos. Volodymyr Zelensky salienta que a noção que Moscovo está a vencer na frente de batalha é apenas um "sentimento não baseado na realidade".
"Milhares e milhares de soldados russos mortos e ninguém os levou embora", afirmou o líder ucraniano numa entrevista à revista The Economist, citada pela agência Reuters.
Zelensky referia-se aos combates em torno da cidade de Avdiivka, no leste da Ucrânia, que visitou na semana passada.
Apesar das declarações do presidente não terem sido confirmadas, a Reuters avança que os analistas militares ocidentais concordam que a Rússia está a pagar um preço alto no que diz respeito a homens e equipamento.
Por outro lado, as autoridades russas reiteram que as estimativas ocidentais sobre o número de mortos na Rússia são exageradas, ao contrário das perdas ucranianas que são quase sempre subestimadas.
Nos últimos dias, a Ucrânia tem sido alvo de intensos ataques por parte das forças de Moscovo, classificados por Zelensky como "uma campanha de terror".
De recordar que, o exército russo realizou hoje novos ataques contra a Ucrânia, matando pelo menos quatro civis e ferindo mais de 90 pessoas, principalmente em Kyiv e Kharkiv, segundo as autoridades ucranianas.
No total, "27 pessoas foram hospitalizadas" em Kyiv, declarou o autarca da cidade, Vitali Klitschko.
A segunda cidade da Ucrânia, Kharkiv, localizada não muito longe da fronteira russa, foi alvo de "pelo menos quatro ataques", matando uma mulher de 91 anos, segundo o governador da região, Oleg Synegoubov.
O autarca da cidade, Igor Terekhov, também relatou "45 feridos, incluindo cinco crianças entre 6 e 13 anos".
Prédios de apartamentos de vários andares e infraestruturas civis foram danificados no centro da cidade, segundo as autoridades regionais.
Mais de 250 mil pessoas também ficaram sem eletricidade na capital ucraniana após estes ataques.
A Rússia disparou na manhã de hoje "99 mísseis de vários tipos" contra a Ucrânia, 72 dos quais foram abatidos pela defesa aérea ucraniana, declarou o comandante do exército ucraniano, Valery Zaluzhnyi.
As forças ucranianas "destruíram 72 alvos aéreos", incluindo 10 mísseis hipersónicos Kinjal e três mísseis de cruzeiro Kalibre, bem como 59 mísseis de cruzeiro Kh-101, Kh-555 e Kh-55, referiu o general ucraniano na rede social Telegram.
Esta nova série de ataques ocorre um dia depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter ameaçado "intensificar" os ataques na Ucrânia em retaliação ao ataque de escala sem precedentes na cidade russa de Belgorod, no sábado, que deixou 25 mortos e 109 feridos.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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