Blinken alerta para risco de expansão da guerra ao Médio Oriente
O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, alertou hoje para o risco de a guerra em Gaza se "alastrar facilmente" no Médio Oriente e pediu esforços para que o conflito "não se expanda", por ser "uma preocupação global".
© JONATHAN ERNST/POOL/AFP via Getty Images
Mundo Israel/Palestina
"Este é um conflito que pode facilmente gerar metástases, causando ainda mais insegurança e sofrimento. Desde o primeiro dia, temos estado intensamente concentrados em trabalhar para evitar que o conflito se espalhe", disse Blinken numa conferência de imprensa em Doha, no Qatar, no âmbito da sua viagem por países do Médio Oriente.
Três meses após o início da guerra em Gaza, Blinken afirmou que "este é um momento de profunda tensão" e que o Qatar e os Estados Unidos partilham o compromisso de usar a sua "influência, relações e laços" com as diferentes partes envolvidas "para evitar a escalada e dissuadir novas frentes" de guerra.
Blinken acrescentou que "não se trata apenas de uma questão regional, mas uma questão de preocupação global."
O secretário de Estado norte-americano condenou ainda as ações dos rebeldes Houthi no Iémen e os ataques a navios mercantes no Mar Vermelho.
Blinken alegou que estes ataques estão "a afetar diretamente os cidadãos, a carga e os interesses comerciais de mais de 40 países", levando à interrupção ou desvio de quase 20% do transporte marítimo global.
De acordo com Blinken, mais de uma dezena de companhias marítimas foram obrigadas a desviar "milhares de navios" através do Cabo da Boa Esperança, no sul de África, apesar de isso representar atrasos e de aumentar os custos dos transportes, com impacto nos custos finais das mercadorias.
"Estes ataques Houthi estão a prejudicar pessoas em todo o mundo, especialmente as populações pobres e vulneráveis, incluindo no Iémen e em Gaza", disse Blinken, que defendeu a aliança naval internacional liderada pelos Estados Unidos no mar Vermelho, para enfrentar estas ações.
"Continuaremos a defender a segurança marítima na região como parte do nosso esforço global", disse o secretário de Estado norte-americano.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Mohamed bin Abderrahman, condenou igualmente os ataques Houthi, que descreveu como "inaceitáveis" e lembrou que desde o início da guerra em Gaza tem alertado para uma possível propagação do conflito.
Na sequência do encontro com o responsável pela diplomacia do Qatar, Blinken tinha já hoje defendido ser "imperativo" que Israel faça mais para proteger os civis palestinianos em Gaza, que devem poder "regressar às suas casas".
Blinken referiu-se também à morte, hoje, de dois jornalistas da estação de televisão Al Jazeera, baseada no Qatar, num ataque atribuído a Israel.
"Lamento profundamente [...]. Trata-se de uma tragédia inimaginável", declarou na conferência de imprensa ao lado de Mohammed ben Abdelrahmane Al-Thani, acrescentando que o número de "palestinianos inocentes" mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra é também uma tragédia.
Israel declarou guerra ao Hamas em 07 de outubro de 2023, na sequência de um ataque maciço do grupo islamita que incluiu o lançamento de foguetes e a infiltração simultânea de milhares de milicianos que massacraram cerca de 1.200 pessoas e raptaram outras 250 em colonatos judaicos nos arredores da Faixa de Gaza.
Desde então, o exército israelita lançou uma forte ofensiva aérea, terrestre e marítima no enclave palestiniano, onde, para além dos mortos e feridos, cerca de dois milhões de pessoas, a maioria da sua população, sofrem uma crise humanitária sem precedentes, com o colapso dos hospitais, o aparecimento de epidemias e a escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
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