Caças dos EUA vão sobrevoar Bósnia como aviso contra risco de secessão
Dois caças F-16 norte-americanos vão sobrevoar hoje a Bósnia-Herzegovina num sinal de que os EUA não tolerarão tentativas de secessão nos Balcãs, anunciou a embaixada do país em Sarajevo.
© Reuters
Mundo Balcãs
"Os EUA sublinharam que a Constituição da Bósnia-Herzegovina não prevê qualquer direito de secessão e agirão se alguém tentar mudar este elemento básico (do Acordo de Paz de Dayton)", anunciou a embaixada norte-americana num comunicado.
Este aviso e o sobrevoo dos caças, que terá lugar hoje à tarde, coincidem com o início de uma celebração de dois dias na separatista República Srpska do seu Dia Nacional, 09 de janeiro, e depois de repetidas ameaças aos independentistas.
A embaixada norte-americana destacou também que os exercícios de aviões de caça fazem parte do treino bilateral com o Exército da Bósnia e representam parte da cooperação militar entre os dois países, procurando contribuir para a paz e a segurança nos Balcãs Ocidentais.
O líder sérvio da Bósnia, Milorad Dodik, descreveu na semana passada o embaixador dos EUA, Michael Murphy, como "um maricas e um psicopata", quando sublinhou o apoio do seu país à integridade territorial da Bósnia.
De acordo com o Acordo de Paz de Dayton - que pôs fim à guerra da Bósnia (1992-1995) - a República Srpska é uma das duas entidades que, juntamente com a Federação, constituem a Bósnia-Herzegovina.
A missão da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) na Bósnia voltou a alertar, recentemente, que a celebração deste Dia Nacional é discriminatória e inconstitucional, razão pela qual representa um ato criminoso.
Os sérvios da Bósnia celebram este feriado há anos, apesar das condenações internacionais, mas este ano há uma tensão especial devido às novas ameaças separatistas do Presidente da República Srpska, Milorad Dodik.
O Alto Representante Internacional para a Bósnia, Christian Schmidt, apelou ao Ministério Público da Bósnia para reagir caso a festa fosse celebrada oficialmente.
O Tribunal Constitucional proibiu este feriado pela primeira vez em 2015, por considerar que a data de 09 de janeiro é discriminatória, adotada contra a vontade dos bósnio-muçulmanos e bósnio-croatas da região.
Para aquela população, o comemorado 09 de janeiro de 1992 marcou o início de uma terrível limpeza étnica nos territórios que os sérvios-bósnios queriam reivindicar para o seu próprio Estado, separados do resto da Bósnia e unidos à Sérvia.
Os líderes políticos e militares sérvios da Bósnia que criaram A República Srpska no início da guerra foram condenados por genocídio e crimes de guerra pela justiça internacional, embora nesse território sejam admirados e os seus crimes sejam negados ou relativizados.
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