"Caro @GabrielAttal, sei que posso contar com a sua energia e empenho para pôr em prática o projeto de revitalização e regeneração que anunciei. De acordo com o espírito de 2017: superação e ousadia. Ao serviço da nação e do povo francês", escreveu Macron na rede social X.
Cher @GabrielAttal, je sais pouvoir compter sur votre énergie et votre engagement pour mettre en œuvre le projet de réarmement et de régénération que j’ai annoncé. Dans la fidélité à l’esprit de 2017 : dépassement et audace. Au service de la Nation et des Français.
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) January 9, 2024
Em comunicado, a Presidência francesa confirmou que Emmanuel Macron "nomeou o senhor Gabriel Attal primeiro-ministro e encarregou-o de formar um Governo".
Inicialmente esperada para a noite de segunda-feira, a nomeação, oficializada pelo Palácio do Eliseu, demorou várias horas a ser confirmada, um atraso que alimentou a especulação sobre eventuais resistências internas, segundo a agência France-Presse (AFP).
A três anos do final do seu segundo mandato presidencial, Macron encontra-se numa situação delicada, confrontado com o avanço contínuo da extrema-direita no país e a ausência de maioria absoluta na Assembleia Nacional.
Desde a sua reeleição em 2022, Macron teve também de enfrentar um descontentamento social crescente, que se manifestou aquando da adoção da reforma das pensões e, mais recentemente, de uma lei da imigração controversa e aplaudida pela extrema-direita.
Assumidamente homossexual, descrito como um "bom aluno", ou mesmo como "a melhor encarnação do ADN macronista", Gabriel Attal entrou para o Governo em 2017 e teve uma ascensão espetacular, sucedendo a Élisabeth Borne, que apresentou a sua demissão na segunda-feira.
Attal tornou-se, aos 29 anos, o mais jovem membro de um Governo francês, como secretário de Estado da Educação e Juventude. Foi também porta-voz e ministro das Finanças - quando defendeu a polémica lei das pensões - e da Educação, empenhando-se no combate ao 'bullying', de que ele próprio disse ter sido vítima, e que lhe garantiu uma grande popularidade.
Segundo uma sondagem recente, convencia um em cada dois franceses e mais de um terço dos franceses pedia a sua nomeação.
Uma popularidade que o Presidente Emmanuel Macron quer aproveitar, já que, um ano e meio após a sua reeleição, não conseguiu descolar nas sondagens.
Em França, o Presidente define, em princípio, as grandes orientações para o mandato de cinco anos, enquanto o primeiro-ministro, responsável pela execução do programa e pela gestão quotidiana do Governo, paga geralmente o preço em caso de turbulência política e social.
A escolha de Attal está longe de ser neutra quando se trata de manter o equilíbrio precário do campo presidencial, que foi recentemente prejudicado pelas divisões em torno da lei da imigração, enquanto muitos receiam uma nova viragem à direita do executivo.
Após dois mandatos, Emmanuel Macron não poderá ser reeleito em 2027, e um desafio crucial será impedir que a figura de proa da extrema-direita francesa, Marine Le Pen, se torne Presidente.
[Notícia atualizada às 13h10]
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