Líbano quer negociar "estabilidade a longo prazo" na fronteira com Israel

O primeiro-ministro em funções no Líbano, Nayib Mikati, manifestou hoje disponibilidade para iniciar negociações para "concretizar uma estabilidade a longo prazo" na fronteira com Israel, palco de frequentes confrontos entre forças israelitas e milícias libanesas do xiita Hezbollah.

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Lusa
09/01/2024 18:13 ‧ 09/01/2024 por Lusa

Mundo

Israel/Palestina

Mikati recebeu em Beirute o responsável das operações de paz da ONU, Jean-Pierre Lacroix, e outros membros da organização, incluindo o atual comandante das forças no Líbano (FINUL), o espanhol Aroldo Lázaro. No encontro, o dirigente libanês recordou as resoluções que permitiram, entre outras medidas, o envio de 'capacetes azuis' para conter as tensões na fronteira sul.

Lacroix apelou a "todas as partes" a colaborar com a FINUL e manter a calma, indicou um comunicado do gabinete do primeiro-ministro libanês, que também pugna por uma "solução diplomática" da atual crise e da crescente escalada de tensões desde 07 de outubro, na sequência dos ataques inéditos do Hamas e da intervenção militar israelita na Faixa de Gaza.

Mikati voltou a pedir à comunidade internacional que tome medidas para deter a "agressão" israelita em Gaza, que segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas já provocou mais de 23.000 mortos.

"Procuramos a estabilidade e uma solução de paz duradouras, mas em troca recebemos ameaças de guerra através dos enviados internacionais", lamentou.

Lacroix aproveitou a viagem ao Líbano para agradecer pessoalmente o profissionalismo dos principais representantes da FINUL "nestes momentos complicados", segundo indicou na sua conta da rede social X.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque de 07 de outubro. Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 23.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas mais de 55 mil, também maioritariamente civis.

A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave, controlado pelo Hamas desde 2007.

A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes, devido ao colapso dos hospitais, o surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.

Desde 07 de outubro, pelo menos 332 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de 5.600 detenções e mais de 3.000 feridos.

Leia Também: Israel. Borrell anuncia compromisso para solução de dois estados

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