Jornalistas revelam planos da extrema-direita para expulsar estrangeiros
Membros do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que ocupa o segundo lugar nas sondagens alemãs, participaram numa reunião sobre a expulsão de estrangeiros do país, revelou hoje uma investigação jornalística.
© Robert Michael/picture alliance via Getty Images
Mundo Alemanha
De acordo com os jornalistas do grupo de investigação alemão Correctiv divulgada pelos principais meios de comunicação da Alemanha, uma reunião organizada por "influentes figuras" da extrema-direita teve lugar em novembro do ano passado em Potsdam, perto de Berlim.
No centro do acontecimento, segundo várias fontes citadas pelos jornalistas, esteve o político austríaco Martin Sellner, que alegadamente apresentou um plano para conseguir aquilo a que certas fações extremistas chamam "remigração", ou seja, o afastamento de milhões de "elementos estrangeiros".
De acordo com a investigação, Sellner delineou um cenário em que o AfD, fazendo parte de um Governo, teria capacidade de legislar medidas para exercer pressão contra a população de origem estrangeira, forçando-a a deixar o país.
Os investigadores referem igualmente que Sellner terá mencionado também a possibilidade de enviar "até dois milhões de pessoas para territórios no norte de África" em cooperação com um terceiro Estado da região que não foi revelado.
Embora o AfD não defenda oficialmente a expulsão de pessoas legalmente presentes na Alemanha ou da população alemã com raízes estrangeiras, os políticos da AfD presentes na reunião de Potsdam expressaram aprovação em relação aos planos discutidos, de acordo com testemunhas.
Entre os participantes encontravam-se o deputado Gerrit Huy, o chefe do grupo parlamentar regional da Saxónia-Anhalt, Ulrich Siegmund, e Roland Hartwig, assistente pessoal da líder do partido, Alice Weidel.
De acordo com a investigação do Correctiv, as revelações podem contribuir para o debate em curso na Alemanha sobre uma hipotética ilegalização do AfD, uma vez que as ideias discutidas estão fora do âmbito da Constituição.
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