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"Tempo não corre a favor da paz" no Médio Oriente, avisa Gomes Cravinho

O ministro dos Negócios Estrangeiros português advertiu hoje que "o tempo não corre a favor da paz" no Médio Oriente, após um encontro com o primeiro-ministro e homólogo do Qatar, um "país-chave na região".

"Tempo não corre a favor da paz" no Médio Oriente, avisa Gomes Cravinho
Notícias ao Minuto

19:45 - 11/01/24 por Lusa

País Israel

"O tempo não corre a favor da paz. Quanto mais tempo durar este conflito, quanto mais tempo durarem as hostilidades em Gaza, mais difícil será encaminhar o diálogo para a paz", afirmou João Gomes Cravinho, em declarações à Lusa por telefone a partir de Doha.

Para o ministro, o prolongar da guerra está a alimentar extremismos e futuros conflitos, quando se deveria estar a fazer o contrário: "reduzir tensões, cessar hostilidades, fazer o trabalho de troca de prisioneiros por reféns e começar o diálogo para a solução de dois Estados" - Israel e Palestina.

"Temos tido palavras extremamente bélicas e absolutamente inaceitáveis por parte de alguns membros do Governo de Israel. A continuação do bombardeamento de Gaza, nós sabemos que está apenas a aumentar, para as gerações futuras, o número de palestinianos que serão sempre profundamente contra o Estado de Israel", comentou.

O conflito na Faixa de Gaza, em curso há mais de três meses, dominou o "diálogo muito útil" que o governante português teve hoje com o primeiro-ministro e chefe da diplomacia do Qatar, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Al Thani.

"O Qatar desempenha aqui um papel de charneira na região, fala com todos. E, para nós, interessava-nos muito conhecer as ideias do Qatar. Faz parte do nosso trabalho de aprofundamento do nosso conhecimento da região e aprofundamento das relações que temos com os vários países árabes, para além das relações que temos com Israel", referiu o ministro português, recordando a mediação das autoridades qataris para o cessar-fogo de sete dias, ocorrido entre novembro e dezembro, e para a libertação de reféns israelitas e detidos palestinianos.

Gomes Cravinho apontou ainda a instabilidade no Mar Vermelho, onde "o Irão tem vindo a apoiar os [rebeldes] Huthi" em ataques contra navios nesta região.

"Há aqui uma situação extremamente delicada, extremamente perigosa, e o Qatar está a falar com todos os interlocutores, no Líbano, o Hezbollah, em Israel, nos outros países da região para procurar reduzir as tensões", comentou.

Questionado sobre novas diligências do Qatar na procura de um cessar-fogo e trocas de reféns e detidos, o ministro confirmou que abordou o assunto com Al Thani, indicando que ainda se desconhece qual é a posição de Israel.

"Isto demonstra novamente que o Qatar é um país-chave para tudo aquilo que se passa na região, daí a importância de nos aproximarmos do Qatar e compreender melhor tudo aquilo que eles podem partilhar connosco", insistiu.

Instado a comentar a posição dos Estados Unidos da América -- aliados de Israel -- no conflito, e cujo chefe da diplomacia, Antony Blinken, terminou hoje um périplo pelo Médio Oriente, Gomes Cravinho disse acreditar que os EUA também procuram o fim das hostilidades e a solução dos dois Estados, "mas por enquanto não tem tido sucesso".

Na sua deslocação ao Qatar, o ministro encontrou-se ainda com "uma pequena amostra" da comunidade portuguesa neste país, "altamente qualificada". No total, são cerca de 1.200 portugueses que vivem no Qatar.

"São essencialmente quadros e empresários, pessoas muito bem integradas, muito bem apreciadas e que fazem aqui um bom trabalho", destacou.

Leia Também: Cravinho justifica distinção com "convicção" portuguesa no apoio a Kyiv

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