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Al Jazeera rejeita que jornalistas mortos em Gaza fossem "terroristas"

A Al Jazeera rejeitou hoje as acusações do Exército israelita, que descreveu os dois jornalistas do canal de televisão mortos no domingo num ataque na Faixa de Gaza como "agentes terroristas".

Al Jazeera rejeita que jornalistas mortos em Gaza fossem "terroristas"
Notícias ao Minuto

21:36 - 11/01/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

A estação de televisão "condena veementemente e rejeita totalmente -- e até expressa grande surpresa -- as tentativas falsas e enganosas do Exército israelita de justificar o assassinato do nosso colega Hamza Wael Al-Dahdouh e de outros jornalistas", frisou, em comunicado, este órgão de comunicação social com sede no Qatar.

A Al Jazeera destacou que Al-Dahdouh "fazia parte de um grupo de jornalistas de diferentes meios de comunicação, incluindo também Moustafa Thuraya" e foi "morto simplesmente por fazer o seu trabalho".

Hamza al-Dahdouh e Moustafa Thuraya, que também colaboravam com a agência France-Presse (AFP) e outros meios de comunicação internacionais, foram mortos no domingo num ataque contra o carro em que seguiam no sul do território palestiniano, enquanto estavam em missão para o canal do Qatar.

O Exército de Israel disse na quarta-feira que os dois jornalistas eram "agentes terroristas" afiliados no movimento islamita palestiniano Hamas e na Jihad Islâmica.

"Antes do ataque, os dois pilotavam 'drones' que representavam uma ameaça iminente às tropas israelitas", disseram as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), em comunicado.

"A inteligência militar confirmou que os dois mortos eram membros de organizações terroristas baseadas em Gaza e ativamente envolvidos em ataques contra as forças israelitas", acrescentou a nota.

As IDF disseram que Thuraya era "membro da brigada do Hamas na cidade de Gaza, vice-comandante de um esquadrão do batalhão al-Qadisiyyah".

Questionado na quarta-feira pela AFP sobre o tipo de 'drones' pilotados e a natureza da ameaça invocada, o Exército respondeu hoje que não tinha "nada a acrescentar".

Dahdouh foi descrito no comunicado como um "terrorista da Jihad Islâmica que esteve envolvido nas atividades terroristas da organização".

Na quarta-feira à noite, o Hamas já tinha descrito as acusações "contra estes dois jornalistas" como vagas e falsas.

De acordo com a organização não-governamental Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ), 79 jornalistas, a maioria dos quais palestinianos, foram mortos durante a cobertura da guerra, iniciada há três meses.

O CPJ registou também 16 jornalistas feridos, três desaparecidos e 21 detidos.

O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 07 de outubro.

Nesse dia, 1.140 pessoas foram mortas, na sua maioria civis, mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 127 permanecem na Faixa de Gaza.

Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde 07 de outubro a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 23.000 pessoas -- incluindo perto de 9.000 crianças e adolescentes e 6.000 mulheres, 70% do total de vítimas mortais -- e feridas mais de 59 mil, também maioritariamente civis.

Leia Também: Israel diz que jornalistas mortos em Gaza eram "agentes terroristas"

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