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Eleição presidencial em Taiwan constitui novo teste na relação China-EUA

As eleições em Taiwan são um teste para a relação entre Washington e Pequim, numa altura em que ambos procuram reaproximar-se, após os líderes dos dois países terem reunido, em novembro passado, afirmaram analistas.

Eleição presidencial em Taiwan constitui novo teste na relação China-EUA
Notícias ao Minuto

09:52 - 12/01/24 por Lusa

Mundo Taiwan

Em causa está a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, uma passagem marítima com 177 quilómetros de largura entre o continente chinês e a ilha autónoma.

Um conflito armado entre os dois lados poderia colocar Washington em confronto direto com Pequim e abalar a economia mundial.

A China receia que uma vitória de William Lai Ching-te, candidato do Partido Democrático Progressista (DPP, na sigla em inglês), nas eleições de sábado seja um passo para a independência e sugeriu aos eleitores de Taiwan que o escrutínio é uma escolha entre a paz e a guerra.

No sábado, a ilha de 23 milhões de habitantes vai eleger um novo presidente para substituir Tsai Ing-wen, que cumpriu o limite constitucional de dois mandatos.

O DPP, atualmente no poder, é tradicionalmente pró-independência. Isto suscitou preocupações de que uma vitória de Lai possa desencadear uma resposta militar do continente.

Taiwan age já como uma entidade política soberana, com Exército e diplomacia própria, apesar de não ser formalmente independente.

Washington, embora não tome partido quanto à soberania de Taiwan, opõe-se a qualquer alteração unilateral do status quo.

Em quatro ocasiões, o Presidente norte-americano, Joe Biden, prometeu proteger Taiwan de uma potencial agressão militar chinesa. Durante o encontro em São Francisco, em novembro, o Presidente chinês, Xi Jinping, avisou Biden que a "reunificação da China é imparável".

O apoio esmagador entre os taiwaneses à manutenção do status quo significa que a política dos EUA para o território vai manter-se, independentemente de quem ganhar as eleições, disse o presidente do conselho de administração em negócios e economia chineses no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, Scott Kennedy.

"Ninguém quer provocar uma guerra e a situação atual é minimamente aceitável para quase todos, seja em Taiwan, na China continental ou nos Estados Unidos", disse Kennedy.

Todos os candidatos presidenciais de Taiwan consideram que uma relação sólida com os EUA constitui uma forte dissuasão contra uma tomada hostil da ilha por Pequim, disse o diretor-geral do Asia Society Policy Institute, com sede em Nova Iorque, Rorry Daniels.

É improvável que Lai dê passos drásticos em direção à independência, já que o seu partido provou ser prudente sob o comando de Tsai, disseram os observadores.

"Tsai construiu uma imagem positiva em Washington", disse John Dotson do Global Taiwan Institute, um grupo de reflexão com sede em Washington. "Ela revelou-se muito moderada no cargo", acrescentou.

Tsai enfatizou uma identidade nacional taiwanesa distinta da China e recusou-se a reconhecer o consenso alcançado em 1992, que afirma a unidade da ilha e do continente chinês no âmbito do princípio 'Uma só China', mas absteve-se de avançar para uma declaração de independência.

Embora os analistas esperam que Lai siga as pisadas da antecessora, uma vitória do DPP pode desencadear reações de Pequim, incluindo exercícios militares perto da ilha.

O desafio para Taipé e para Washington vai ser gerir a ansiedade de Pequim de que Taiwan possa estar a "aproximar-se da independência", disse Daniels, do Asia Society Policy Institute.

Lai é seguido de perto por Hou Yu-ih, o candidato do partido da oposição Kuomintang. Pequim é acusada de estar a fazer uma campanha de influência a favor de Hou, cujo partido vê Taiwan como parte da China, embora não necessariamente sob o domínio de Pequim.

Se Hou for eleito, Washington, que tem um historial de colaboração com o Kuomintang, está preparado para colaborar com ele no reforço das relações entre os EUA e Taiwan, disse Brian Hart, membro do Projeto de Poder da China no Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais.

Uma relação mais calorosa entre os dois lados do Estreito pode trazer novas complexidades às relações entre os EUA e a China. "Haverá mais coisas para coordenar", disse Daniels. Mas como Pequim provavelmente pressionaria um governo do Kuomintang a avançar para a reunificação, Washington poderia ajudar Hou a gerir essa pressão, acrescentou.

Leia Também: Ko Wen-je procura relações fortes com EUA antes de dialogar com Pequim

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