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Rússia e China dizem que ataque contra Iémen não está protegido pela ONU

A Rússia e China sublinharam, na sexta-feira, que os ataques dos Estados Unidos e Reino Unido contra os rebeldes Hutis do Iémen não estão abrangidos pelas resoluções do Conselho de Segurança ou Carta da ONU.

Rússia e China dizem que ataque contra Iémen não está protegido pela ONU
Notícias ao Minuto

06:43 - 13/01/24 por Lusa

Mundo Hutis

Numa reunião do Conselho de Segurança pedida com urgência pela Rússia, o embaixador russo, Vassili Nebenzia, sublinhou que o ataque não pode basear-se no exercício de defesa legítima incluído no artigo 51.º da Carta da ONU, uma vez que não se aplica à navegação comercial, que é regido por outros regulamentos.

Os Estados Unidos e o Reino Unido atacaram na madrugada de sexta-feira posições dos Hutis em diversas regiões do país do Médio Oriente, justificando a ação em nome da defesa do comércio internacional e dos navios que transitam pelo mar Vermelho, onde circula cerca de 15% do comércio marítimo global.

Nebenzia insistiu também que as ações "são uma flagrante violação do artigo 2 da Carta da ONU", e também representam "mais uma agressão militar do Ocidente como parte de uma longa vaga no Médio Oriente".

"Todos estes estados realizaram um ataque massivo ao território iemenita. Não estou a falar de um ataque contra um grupo dentro do país, mas de um ataque contra a população do país como um todo", frisou o embaixador russo nas Nações Unidas.

Já o embaixador chinês, Zhang Jun, destacou que a última resolução do Conselho de Segurança, de quarta-feira, sobre o Iémen, apelava à garantia da livre navegação no mar Vermelho, mas "nunca autorizou qualquer Estado a usar a força contra o Iémen".

O diplomata chinês reiterou que "nenhum país tem o direito de distorcer abusivamente a legalidade internacional quando se trata de resoluções".

Zhang Jun procurou, no entanto, distanciar-se das ações dos rebeldes iemenitas e lembrou que a China "pediu repetidamente aos Hutis que cessassem os seus ataques e assédio aos cargueiros, bem como que respeitassem os códigos de navegação de acordo com o direito internacional".

A representante dos Estados Unidos, Linda Thomas-Greenfield, classificou os ataques contra os Hutis como "necessários e proporcionais", bem como "consistentes com o direito internacional e com o exercício da sua própria defesa pelos EUA".

"Quer o seu navio arvore a bandeira americana ou a de outra nação, quer você tenha votado a favor da resolução desta semana ou abstido... todos os nossos navios são vulneráveis", destacou a embaixadora, numa referência à resolução adotada esta quarta-feira pelo Conselho de Segurança, que exigiu um fim imediato dos ataques Hutis e onde a Rússia se absteve.

"Sem o apoio do Irão, que está a violar as suas obrigações, os Hutis teriam dificuldade em deter e atacar eficazmente os navios comerciais que utilizam as rotas marítimas do mar Vermelho", acrescentou Linda Thomas-Greenfield.

Estados Unidos, Reino Unido, Austrália, Bahrein, Canadá, Países Baixos, Dinamarca, Nova Zelândia e Coreia do Sul emitiram um comunicado conjunto onde justificam a ação em nome da defesa do comércio internacional e dos navios que transitam pelo mar Vermelho.

O general Douglas Sims, do Estado-Maior Conjunto dos EUA, revelou esta sexta-feira que a operação incidiu sobre 30 locais, com um total de mais de 150 ataques.

Na sequência destes bombardeamentos, os Hutis declararam "guerra aberta" contra os Estados Unidos e Reino Unido, e reivindicaram o lançamento de uma salva de mísseis contra os seus navios de guerra presentes no mar Vermelho, onde os dois países ocidentais lideram uma coligação naval para proteger os navios mercantes da zona.

Leia Também: EUA confirmam novo bombardeamento de posição de rebeldes Hutis do Iémen

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