"Reitero o meu apelo ao cessar-fogo. Acima de tudo, peço mais uma vez ao Conselho que tome medidas urgentes para pôr fim a esta guerra", disse Griffiths, descrevendo o conflito como "uma mancha na consciência coletiva".
Durante uma intervenção perante o Conselho de Segurança, o também Coordenador da Ajuda de Emergência da ONU disse que "a situação continua terrível à medida que as implacáveis operações militares israelenses continuam".
"Podemos ver isso nas coleções de milhares de pessoas mortas e feridas, a grande maioria mulheres e crianças. Podemos ver isso no deslocamento provocado de 1,9 milhões de civis, (...) 85% da população total, traumatizados e provocados a fugir repetidas vezes enquanto chovem bombas e mísseis", acrescentou.
Griffiths mencionou ainda "as futuras condições no terreno", com "abrigos a transbordar e comida e água a acabar", fazendo com que "o risco de fome aumente a cada dia".
“As pessoas continuarão a sofrer e a morrer devido aos bombardeamentos e cada vez mais pessoas também morrerão de fome e de doenças. Não podemos permitir que isto aconteça”, concluiu.
“Durante quase 100 dias, o que se tem desenrolado em Israel e nos territórios palestinos ocupados é uma guerra levada a cabo quase sem qualquer consideração pelo impacto sobre os civis”, denunciou o chefe humanitário da ONU
“A menos que atuemos, tornar-se-á uma marca indelével na nossa humanidade”, alertou Griffiths.
O conflito em curso entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa a Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque em território israelense em 07 de outubro pelo movimento islâmico palestino, considerado terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e diversos países.
Nesse dia, cerca de 1.200 pessoas foram mortas, na sua maioria civis e também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que mais de 100 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o Hamas, tem sido bombardeado na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortos mais de 23.000 pessoas - incluindo perto de 9.000 crianças e adolescentes e 6.000 mulheres, 70% do total de vítimas mortais -- e feridas mais de 59 mil, também maioritariamente civis.
Leia Também: Israel critica ONU por não exigir libertação de reféns