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Lai Ching-te saúda povo taiwanês por ter resistido a "forças externas"

O vencedor das eleições presidenciais hoje realizadas em Taiwan, o independentista William Lai, saudou os eleitores por resistirem a "pressões externas", numa referência velada à China, que reivindica a posse da ilha.

Lai Ching-te saúda povo taiwanês por ter resistido a "forças externas"
Notícias ao Minuto

13:46 - 13/01/24 por Lusa

Mundo Taiwan

"Graças às nossas ações, o povo taiwanês resistiu com sucesso aos esforços das forças externas para influenciar estas eleições", declarou William Lai aos seus apoiantes, vincando que apenas a população do território "tem o direito de escolher o seu Presidente".

No seu discurso de vitória, o candidato do Partido Democrático Progressista (DPP), no poder, saudou o eleitorado por abrir "um novo capítulo na democracia" da ilha, apesar das ameaças de Pequim.

"Quero agradecer ao povo de Taiwan por escrever um novo capítulo na nossa democracia", declarou William Lai, acrescentando: "Estamos a dizer à comunidade internacional que entre a democracia e o autoritarismo, estaremos do lado da democracia".

O Presidente eleito prometeu "proteger Taiwan das contínuas ameaças e intimidações da China", mas também "manter o intercâmbio e a cooperação" com Pequim.

Acompanhado pela vice-Presidente eleita, Hsiao Bi-khim.O líder do DPP, que tomará posse no dia 20 de maio, considerou que nos últimos oito anos a China "não respondeu" às boas intenções do Presidente cessante, Tsai Ing-wen.

"Esperamos que a China reconheça a nova situação e compreenda que só a paz beneficia ambos os lados do Estreito. A paz e a estabilidade globais dependem da paz e da estabilidade no Estreito de Taiwan, e a China também tem uma responsabilidade", disse Lai.

Relativamente à nova configuração do parlamento, onde nenhum partido obteve a maioria, William Lai deixou clara a sua intenção de cooperar com os partidos da oposição.

"A mensagem mais clara que os taiwaneses deram neste ciclo eleitoral é que querem um governo competente, mas também um forte equilíbrio de poderes", reconheceu o Presidente eleito.

Com quase 100% das mesas apuradas, William Lai foi o vencedor com 40% dos votos, superando os candidatos da oposição do Kuomintang, Hou Yu-ih (33,49%), e do Partido Popular de Taiwan, Ko Wen-je (26,45%).

Hou Yuh-ih, que defende a aproximação com a China, já reconheceu a derrota.

"Respeito a decisão final do povo taiwanês (...) Felicito Lai Ching-te e Hsiao Bi-khim [parceira de candidatura presidencial] pela sua eleição, esperando que não desapontem as expectativas do povo taiwanês", declarou.

De acordo com o jornal Taipei Times, o candidato do TPP, Ko Wen Je, com 26%, também já concedeu a derrota para William Lai, que será o o sucessor do Presidente cessante, Tsai Ing Wen, também do DPP, considerado o partido mais distante das posições de Pequim.

William Lai Ching-te, atual vice-Presidente cessante, de 64 anos, foi descrito por Pequim como um "sério perigo" devido às posições do seu partido, que afirma que a ilha é de facto independente.

As urnas fecharam às 16:00 locais (08:00 em Lisboa) neste território de 23 milhões de habitantes localizado a 180 quilómetros da costa chinesa e aclamado como modelo de democracia na Ásia.

A China considera Taiwan uma das suas províncias, que ainda não conseguiu reunificar com o resto do seu território desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949.

Pequim diz ser a favor de uma reunificação pacífica com a ilha, mas nunca renunciou ao uso da força militar.

Durante toda a semana passada, Pequim aumentou a sua pressão diplomática e militar. Na quinta-feira, cinco balões chineses cruzaram a linha mediana que separa a ilha autónoma da China, segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, que também avistou dez aviões e seis navios de guerra.

Pequim apelou para que os eleitores fizessem "a escolha certa" e o Exército chinês prometeu "esmagar" qualquer desejo de independência.

O estatuto de Taiwan é também um dos assuntos mais tensos na rivalidade entre a China e os Estados Unidos, o principal aliado militar do território, e Washington planeia enviar uma "delegação informal" à ilha após a votação.

Na sexta-feira, o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, reuniu-se em Washington com Liu Jianchao, chefe da divisão internacional do Comité Central do Partido Comunista Chinês, e destacou a importância de "manter a paz e a estabilidade através do Estreito de Taiwan".

[Notícia atualizada às 14h55]

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