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"Mantive a calma". Jornalista lembra momentos de terror no Equador 

"Eles não paravam de repetir: 'se a polícia entrar, matamos-te'", recordou.

"Mantive a calma". Jornalista lembra momentos de terror no Equador 
Notícias ao Minuto

15:44 - 13/01/24 por Notícias ao Minuto

Mundo Equador

Jose Luis Calderon, um dos jornalistas feito refém por um grupo armado no canal de televisão TC, na cidade de Guayaquil, no sudoeste do Equador, recordou os momentos de terror que viveu, reconhecendo que foi uma "altura de pânico", mas que teve de manter a calma.

O incidente aconteceu na passada terça-feira, após a fuga da prisão de um dos maiores criminosos do país, Adolfo Macias, mais conhecido por 'Fito', que é líder do gangue Los Choneros, com ligações ao cartel Sinaloa, no México.

À Sky News, Calderon contou que, além de o ameaçarem com uma arma, os agressões colocaram ainda um explosivo improvisado no bolso do seu casaco. "Eles não paravam de repetir: 'se a polícia entrar, matamos-te'", recordou.

"Foi um momento realmente aterrador, mas naquele instante mantive a calma. Viram as fotografias, estou calmo, como se estivesse a rezar, a pedir-lhes para não irem longe demais", disse, acrescentando que "não havia qualquer explicação sobre o que estava a acontecer naquele momento".

"Foi uma altura de pânico, mas, ao mesmo tempo, consegui manter-me calmo", acrescentou.

Homens armados interrompem emissão de programa de TV no Equador

As imagens mostram várias funcionários deitados no chão, assim como pelo menos uma granada.

Notícias ao Minuto | 20:30 - 09/01/2024

Calderon explicou que não estava em direto na altura dos acontecimentos e só se apercebeu dos distúrbios quando ouviu pessoas a gritar. Depois, escondeu-se com outros dois colegas numa casa de banho próxima "durante alguns minutos".

"Conseguimos falar com os nossos familiares e avisar a polícia sobre o que se estava a passar, sem sabermos os pormenores exatos e quem estava por detrás disso", contou, acrescentando depois foram encontrados pelos homens armados.

"Vimos que eram homens encapuzados, com grandes armas do tipo militar, pistolas, revólveres, e até havia uma catana", contou.

"Levaram-nos para o estúdio, que ainda estava em direto. Quando chegámos, a poucos metros de distância, havia colegas, pessoas que trabalhavam para o canal, que estavam no chão, muito preocupadas, de joelhos, e fizeram-nos reféns", recordou.

Calderon, que é jornalista há 23 anos, afirmou que ao longo da sua carreira já tinha visto "acontecimentos trágicos", mas nunca havia feito parte de um.

"Estamos gratos por estarmos vivos. Isto é completamente inaudito, que este tipo de coisas aconteça na televisão, que alguém nos ameace na nossa propriedade", disse, "A minha vida esteve em risco, assim como a dos meus colegas. Nunca tinha visto uma situação como esta".

Sublinhe-se que todos os homens armados que invadiram o estúdio de televisão foram, entretanto, detidos, segundo o chefe da Polícia Nacional, comandante César Zapata, em declarações ao canal Teleamazonas.

A Procuradoria do Equador disse na rede social X que irá acusar 13 pessoas pelo crime de terrorismo pelo ataque.

Pouco tempo depois, o presidente do Equador decretou estado de "conflito armado interno" e ordenou a neutralização dos grupos criminosos envolvidos no tráfico de drogas.

Num decreto presidencial, Daniel Noboa ordenou "a mobilização e intervenção das forças armadas e da Polícia Nacional (...) para garantir a soberania e integridade nacionais contra o crime organizado e organizações terroristas".

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