"Em 2024, a prioridade é expulsar a Rússia dos céus", diz Kuleba
O chefe da diplomacia da Ucrânia determina como objetivo para 2024 o controlo dos céus, no contexto da agressão militar da Rússia, mas avisou que derrotar Moscovo vai levar tempo e exige ajuda do Ocidente.
© Lev Radin/Pacific Press/LightRocket via Getty Images
Mundo Ucrânia
"Em 2024, a prioridade é expulsar a Rússia dos céus, porque quem controlar os céus determina quando e como termina a guerra", disse o ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kouleba, no Fórum Económico de Davos na Suíça.
"Derrotámo-los em 2022 em terra, derrotámo-los em 2023 no mar e estamos a concentrar-nos em derrotá-los no ar em 2024", acrescentou.
A Rússia atacou a Ucrânia em fevereiro de 2022, mas não conseguiu tomar Kyiv e foi depois expulsa do norte, nordeste e parte do sul do país.
Em 2023, graças aos ataques com 'drones' e mísseis, as forças ucranianas conseguiram levantar o bloqueio de alguns dos portos do Mar Negro e retomar algumas das exportações, nomeadamente de cereais.
Para ganhar o controlo do ar, Dmytro Kuleba reiterou que o país vai precisar que o Ocidente forneça aviões (os F-16 devem ser entregues este ano) e mísseis de longo alcance - material bélico que os norte-americanos e os europeus só forneceram em quantidades muito reduzidas -, principalmente por receio de provocar a Rússia.
"Para tal, será necessário fornecer à Ucrânia aviões (...), mísseis de longo alcance e 'drones', cuja produção a Ucrânia aumentou significativamente", afirmou Kuleba num painel de discussão em Davos.
A Ucrânia é alvo, quase todas as noites, de ataques com 'drones' e mísseis lançados pela Rússia a partir do solo, do mar ou do ar.
Graças aos sistemas de defesa fornecidos pelo Ocidente, as forças ucranianas conseguem abater a maioria destes dispositivos, mas a Ucrânia avisou que vai ficar sem munições se os europeus e os americanos não lhe fornecerem mais material de guerra.
"Estamos a lutar contra um inimigo muito poderoso, um inimigo muito grande, um inimigo que nunca dorme. É preciso tempo", afirmou Kuleba.
A Ucrânia tem uma necessidade crucial de ajuda militar externa e tem de aumentar a própria produção de armas, após dois anos de luta contra a invasão ordenada por Vladimir Putin.
Mas os europeus e os americanos estão a hesitar sobre o que fazer a seguir, com a União Europeia e os Estados Unidos a enfrentarem divisões políticas internas.
Na terça-feira, o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, voltou a afirmar que a própria existência do Estado ucraniano estava em jogo, após o fracasso da vasta contraofensiva de verão para libertar os territórios ocupados pelo exército russo.
"Não só a contraofensiva falhou, como a iniciativa está inteiramente nas mãos das forças armadas russas. Se a situação se mantiver, o Estado ucraniano pode sofrer um golpe irreparável e muito grave", afirmou o Presidente russo.
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